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Histórias do Vovô Juca: Tesouros Oceânicos: Amigos no Natal

MP3: Grandpa Jake’s Storybook: Ocean Treasures: Christmas Chums (English)
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Era véspera de Natal, e Toninho e Patrícia estavam fazendo cartões para seus parentes e amigos.

— Toninho eu preciso do giz de cera azul — disse Patrícia.

— Eu também — respondeu Toninho.

—Mas você não está usando agora.

—Mas vou usar.

Patrícia se esticou e pegou o giz de cera azul.

— Pode devolver agora mesmo! — exigiu Toninho, zangado.

— Estou usando — respondeu Patrícia. — Vou devolver quando acabar.

— Devolva agora mesmo!

Toninho tomou o giz de cera de Patrícia e, ao fazer isso, rabiscou sem querer uma linha azul de fora a fora no cartão dela.

— Olha o que você fez! — disse Patrícia, começando a chorar.

— O que aconteceu, crianças? — perguntou Vovô Juca.

— O Toninho estragou o meu cartão! — chorou Patrícia.

— A culpa é dela. Não devia ter pegado o meu giz de cera!

— Tenho uma ideia — disse o Vovô Juca. — Gostariam de ouvir uma história sobre um incidente que aconteceu entre Xalo e Clipe? Talvez os ajude a entender melhor um ao outro.

* * *

— Que tal pendurarmos os enfeites de Natal aqui? — perguntou Biju.

O velho Baiacu segurava uma ponta da longa alga colorida e Biju segurava a outra, e a penduraram no lugar.

— Camila, o que você acha, está bonito assim? — disse Baiacu.

— É, está bom — respondeu Camila sem demonstrar muito interesse.

— Você não gostou, não é? — disse Biju preocupado.

— Não é isso. Acho que está bem, sim — disse ela.

— Sua cauda está doendo? — perguntou o velho Baiacu.

— Não... pelo menos não dói se fico mais quieta — explicou Camila.

— Então, qual é o problema?

Camila suspirou:

— Quem me dera não ter que ficar de cama. Quero ajudar a colocar os enfeites e me divertir. Mas não posso... por causa dessa minha cauda.

Dois dias antes Camila se machucara brincando no meio dos corais. Um grande pedaço se desprendeu e caiu em sua cauda. O Natal sempre foi uma época especial para Camila, mas não é nada legal ficar de cama com a cauda machucada justamente nessa época. Seus amigos foram animá-la, mas ela ainda estava tristonha.

De repente, ouviu-se um BARULHÃO seguido de palavras zangadas.

— O que estará acontecendo? — perguntou Camila.

— É o Xalo e o Clipe — disse Biju.

— Parece que eles não estão se entendendo muito bem — disse Baiacu. — Volto já, já.

* * *

Clipe e Xalo tinham saído para recolher conchas vazias, pedacinhos de coral e plantas aquáticas coloridas que usariam para enfeitar o quarto de Camila. Animados com o que encontraram, Xalo estava ansioso para mostrar tudo à Camila. Enquanto isso, Clipe ficava cada vez mais frustrado com Xalo.

— Olhe só o que encontrei! — gritou Xalo ao se aproximarem da casa de Camila.

Mas quando o cavalo-marinho se pôs a caminho para mostrar a Camila o que tinham recolhido, Clipe puxou a sua cauda, e ele levou um tombo feio. As coisas que carregava se espalharam pelo chão.

— CLIPE! — gritou Xalo. — Olhe só o que você fez!

— Bem feito!

— Por que fez isso comigo? — Xalo estava muito chateado.

— Estou cansado de ver você receber o mérito por tudo — Clipe disse. — Lembre-se que nós recolhemos tudo isso juntos, não foi você sozinho! A manhã toda tem se gabado do que você recolheu para a Camila, mesmo quando era eu que encontrava algo.

— Não é verdade! — retrucou Xalo.

— É sim! — respondeu Clipe.

O caranguejo e o cavalo-marinho começaram a brigar e a empurrar um ao outro.

— Clipe! Xalo! Chega disso! — disse Velho Baiacu com firmeza.

Xalo soltou Clipe e foi se sentar numa pedra. Clipe cruzou as suas garras de caranguejo e ficou ali emburrado.

— Pelo jeito vocês dois não estão se entendendo muito bem hoje — disse o velho Baiacu.

— É culpa do Clipe.

— Não é, não! — retrucou Clipe.

— Eu não perguntei de quem era a culpa — insistiu Baiacu. — Discutir sobre quem agiu errado não vai ajudar. Precisamos encontrar uma solução para este problema sem discussões e brigas. Mas para tal, vocês dois vão precisar escutar o que o outro tem a dizer. Concordam?

Xalo e Clipe menearam a cabeça afirmativamente.

— Por que não explica primeiro o problema, Clipe? — sugeriu o velho Baiacu. — O que aconteceu?

Clipe começou:

— Xalo passou a manhã inteira falando sobre o que ele ia pegar para a Camila, e como ia encontrar corais mais bonitos do que eu. No início não me importei. Mas aí, sempre que eu ia pegar algo, Xalo corria e pegava antes de mim. Eu lhe pedia para não fazer isso, mas ele não me escutou.

— Acho que não devia ter perdido a paciência — continuou Clipe. — Mas fiquei tão frustrado que não sabia mais o que fazer.

— Entendo — disse o velho Baiacu. E, virando-se para Xalo acrescentou: — Você percebeu que estava fazendo o Clipe se sentir mal?

Xalo disse que não.

— Eu só queria fazer algo legal para a Camila — explicou ele. Não estava tentando deixar o Clipe zangado... mas acho que deixei.

— Ótimo! — exclamou Baiacu.

Xalo e Clipe olharam meio confusos para Baiacu.

— Como assim? — perguntou Clipe.

O velho Baiacu explicou:

— Agora que sabemos por que os dois ficaram zangados, é mais fácil resolver a questão.

Xalo deu um suspiro e disse:

— Clipe, desculpe-me pelo meu comportamento. Se eu tivesse percebido que o estava incomodando não teria agido daquela maneira.

— Desculpe-me também — disse Clipe. — Eu não devia ter ficado zangado com você. Por favor, me perdoe.

— Claro que sim — respondeu Xalo.

Os dois amigos agradeceram ao velho Baiacu pela sua ajuda.

— Ora, não vamos fazer com que a Camila espere mais — disse o velho Baiacu.

* * *

— Vocês voltaram! — exclamou Camila feliz.

— Clipe e eu encontramos muitas coisas legais — disse Xalo.

Os corais, conchas e plantas marinhas coloridas foram colocados sobre a cama, e os cinco amigos observaram cada item, decidindo onde colocá-los no quarto de Camila.

— Muito obrigada — disse Camila. — Vocês são amigos maravilhosos. Achei que meu Natal seria sem graça por causa do acidente que sofri, mas vocês me alegraram muito.

— Você sempre nos ajudou nos momentos mais difíceis — disse Xalo.

— Feliz Natal, Camila — disse Clipe. — E Feliz Natal a todos vocês, meus amigos.

* * *

— Eu não devia ter sido tão egoísta — disse Toninho. — Não precisava do giz de cera naquele instante. Podia tê-lo emprestado para você.

— Mas eu também não tinha que tirá-lo daquele jeito — disse Patrícia. — Eu podia ter usado uma cor diferente e esperado até você terminar. Sinto muito.

— Veem? Há maneiras de resolver as coisas sem se zangar e brigar — mencionou o Vovô Juca.

— Podemos terminar nossos cartões agora? — perguntou Toninho.

— Claro. E, diga-se de passagem, os cartões de vocês dois estão lindos. Tenho certeza que seus familiares vão ficar muito felizes.

Moral: Discutir e brigar não ajuda a resolver os problemas; geralmente só o deixam mais zangado e chateado com a outra pessoa. Experimente demonstrar amor e ter consideração, e verá que tudo vai transcorrer bem melhor.
Autoria de Katiuscia Giusti. Ilustrado por Agnes Lemaire. Colorido de Doug Calder. Design de Roy Evans.
Apresentado no My Wonder Studio. Copyright © 2008 por Aurora Produções AG, Suíça. Todos os direitos reservados.

Histórias do Vovô Juca: Dino e Cia: O Baú de Natal

MP3: Grandpa Jake’s Storybook: Dino Tales: The Christmas Chest (English)
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Era o primeiro dia de dezembro. A tarde estava fria e a neve caía suavemente lá fora. Toninho e Pedro estavam entretidos montando um calendário de Natal. Era um desenho de uma manjedoura, com janelinhas cortadas para cada dia do mês de dezembro, e ao abrir cada uma, se encontrava escrito uma pequena atividade ou projeto que as crianças deveriam fazer.

Era meio difícil montar certas partes do calendário, e Pedro estava tentando fazer tudo direitinho.

Toninho observava impaciente:

— Deixa que eu faço! — disse ele uma vez. E pouco depois voltou a insistir!

E aquilo continuou por mais um tempo, mas a cada interrupção, Pedro sacudia a cabeça e continuava tentando.

Toninho acabou ficando zangado:

— Você não está fazendo direito! Esse calendário é meu, e agora quero montá-lo!

— Mas eu estou montando — respondeu Pedro.

— Não importa. Eu quero agora! Não devia ter convidado você para vir me ajudar.

A discussão continuou, e os dois garotos ficavam cada vez mais zangados e começaram a gritar e a dizer coisas feias um para o outro.

— Chega, meninos! — disse o vovô Juca entrando no quarto. — Estava ouvindo vocês discutirem lá do corredor. Precisam resolver as coisas da maneira certa. Brigar não resolve o problema e só deixa vocês mais zangados.

Toninho e Pedro se entreolharam cabisbaixos.

— Já lhes contei a história do baú de Natal? — perguntou o vovô Juca.

Ah, como isso iluminou o rostinho dos dois meninos!

— Não — responderam. — Conte vovô!

— Está bem. Acho que essa história pode ajudar vocês.

* * *

Cada Natal, a mãe de Dina e Dino pegava o baú de Natal da família. Era um baú grande onde ela guardava vários itens que ia recolhendo durante o ano. Dina e Dino podiam então usar esses artigos variados em seus projetos e enfeites de Natal. Neste determinado ano o baú estava excepcionalmente repleto de coisinhas e bugigangas interessantes.

Dino e Dina convidaram seus amigos, e todos se reuniram ao redor do baú para observar Dino levantar a tampa.

Dina esticou o braço e retirou um pedaço de fita colorida.

— Que linda! — disse Susi.

Logo todos os amigos estavam remexendo os artigos, e falando sobre o que fariam com os diferentes itens.

— Vejam só! — disse Lilico, batendo os olhos numa concha grande.

— Eu achei primeiro! — disse Milton tirando a concha da mão do amigo.

— Não achou, não — respondeu Lilico, tentando agarrar a concha do Milton.

Não demorou muito e os outros também estavam discutindo entre si, cada um querendo o que o outro tinha.

— Esse baú de Natal é meu — disse Dino — e se vão pegar o que eu quero não podem ficar aqui.

— O baú também é meu — disse Dina. — É de nós dois.

— Não fale assim — disse Lilico.

— Vocês não estão sendo justos — comentou Milton.

E a discussão continuou.

— Parem, pessoal! — gritou Susi.

Então todos pararam e olharam para ela.

— O Natal é a época quando devíamos ser mais amorosos e gentis do que o normal...

— Susi tem razão — disse Milton.

— Sinto muito ter tirado a concha da sua mão, Lilico. Pode ficar com ela.

— Também peço desculpas — disse Lilico.

— Eu também! — disseram os outros todos juntos.

— Podíamos usar algumas dessas coisas para enfeitar nossa sala de aula e fazer uma surpresa para todos — sugeriu Lilico.

— E podíamos também fazer uma guirlanda bonita para o professor Nestor — acrescentou Bela.

— Podemos também ajudar a enfeitar a árvore de Natal da nossa sala — disse Dino.

— Gosto dessa ideia de fazer lembranças para nossos amigos — disse Dina.

— E que tal usarmos os carrinhos de puxar que a Bela e eu temos para entregarmos os presentes? — perguntou Milton.

— Que ideias geniais! — exclamou Susi. — E se trabalharmos todos juntos, não vamos nos preocupar querendo saber quem vai ficar com o quê.

Susi pegou papel e caneta, e juntos decidiram para quem fariam os presentes.

Decidiram que Dino e Bela fariam a guirlanda de Natal para o Seu Nestor, e Dina e Lilico enfeitariam a sala de aula. Milton e Susi se juntaram para ajudar a enfeitar a árvore de Natal da sala. Se ainda lhes sobrasse tempo depois disso, decidiriam para quem mais iam fazer lembrancinhas.

— Podemos usar este pisca-pisca para a sala de aula — disse Lilico.

— Mas queríamos usá-lo para o enfeite do professor — disse Dino, esticando o braço para pegar o pisca-pisca.

— Mas é comprido demais para a guirlanda — acrescentou Dina — e vai ficar bem mais bonito na sala de aula.

— Dina...! — exclamou Dino, já meio com raiva. Mas percebeu e parou. — Puxa, quase fiquei zangado com você de novo. Isso não é bom. Pode ficar com as luzinhas. O fio é mesmo comprido demais para a guirlanda, e podemos usar outra coisa.

Dina agradeceu a Dino e lhe deu uns sininhos que havia tirado do baú.

— Perfeito! — disse Dino. — E vão ficar bem melhor na guirlanda do que o pisca-pisca.

Naquelas semanas antes do Natal, os amigos aproveitaram os momentos de folga para fazer lembrancinhas e enfeites para sua família e amigos.

Trabalharam felizes em seus projetos até aprontarem tudo, e usaram todas as bugigangas e coisinhas que estavam no baú de Natal.

As lembranças foram colocadas no carrinho de Bela e Milton, e distribuídas para os amigos e familiares. Todos ficaram muito contentes e foi, sem dúvida alguma, o Natal mais feliz que tiveram, porque todos tinham pensado nos outros em vez de em si mesmos.

* * *

— Vovô, por que as pessoas sempre dizem que o Natal é uma época de generosidade?— perguntou Toninho.

— Boa pergunta! É porque Deus nos deu um presente muito especial há muitos e muitos anos, no primeiro Natal. Sabem o que foi?

Toninho pensou por um instante e disse com os olhinhos brilhando:

— Jesus!

— Isso mesmo. Deus enviou Jesus à Terra por causa de cada um de nós. Foi o presente de Natal que Ele nos deu. E quando incluímos Jesus em nossa vida, somos muito mais felizes e nos sentimos bem mais satisfeitos!

— Mas por que damos presentes?

— As pessoas gostam de ganhar presentes, então quando lhes damos algo demonstramos que as amamos e pensamos nelas.

— Gosto de deixar as pessoas felizes fazendo coisas legais para elas — disse Toninho.

— Que linda história de Natal! Muito obrigado, vovô, por nos contar esta história. — acrescentou Pedro.

— O prazer foi todo meu — respondeu o vovô Juca.

Moral: Seja gentil com os outros e resolva as suas diferenças com amor. Assim vai se relacionar bem com as pessoas, e todos ficarão felizes.
Autoria de Katiuscia Giusti. Ilustrado por Agnes Lemaire. Colorido por Doug Calder. Design de Roy Evans.
Apresentado no My Wonder Studio. Copyright © 2008 por Aurora Production AG, Switzerland. Todos os direitos reservados.

Histórias do Vovô Juca: Maquininhas Ltda.: O Natal das Maquininhas Ltda

MP3: Grandpa Jake’s Storybook: Crew and Co.: Crew and Co.'s Christmas (English)
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--Como está o ensaio da apresentação de Natal? – perguntou o Vovô Juca quando Toninho chegou em casa.

--A dona Clara está nos ensinando uma nova canção de Natal – disse Toninho. – Ela disse que eu vou poder cantar parte da música sozinho.

--Que legal!

--É, eu tenho a melhor voz – gabou-se Toninho. – Nenhuma outra criança canta tão bem quanto eu.

--É mesmo? – perguntou o avô, levantando uma sobrancelha.

--Mas é claro. Escute só.

Toninho começou a cantar a canção que dona Clara estava lhes ensinando.

--Muito bem – disse o Vovô Juca. – Você tem mesmo uma linda voz. Mas é melhor tomar cuidado quando começa a se gabar dos dons que Deus lhe deu. Pode magoar os outros ao se gabar, porque faz as pessoas acharem que não são tão boas quanto você.

--Mas, e se eu for mesmo melhor que os outros?

--Ainda assim deveria encorajar as pessoas, porque aí vai incentivá-las a fazer o melhor que puderem. Nem todos têm os mesmos talentos, mas cada pessoa tem algo muito especial para oferecer. Como na história do Natal das Maquininhas Ltda.

* * *

A empresa das Maquininhas Ltda foi convidada para trabalhar no cenário de um filme sobre o Natal. Todos estavam animados com o novo trabalho. Todas as máquinas tinham passado por uma manutenção, e algumas foram até pintadas para ficarem em ótimo estado.

--Estou dependendo de cada um de vocês para fazerem um trabalho excelente – disse o sr. Supervisor. Vocês são uma ótima equipe para se trabalhar, e preciso que cada um faça o melhor que pode. Divirtam-se e mãos à obra!

--Eu nunca imaginei que seria chamado para construir um cenário de filmagem – disse Escavito à Escavinha. – Nunca fiz nada assim.

--Nem eu – disse Escavinha – mas sabemos trabalhar bem juntos e formamos uma boa equipe. Acho que é por isso que nos chamaram para fazer esse trabalho. Então não se preocupe. É só fazer o seu trabalho como sempre fez, e vai dar tudo certo.

--Obrigado Escavinha – disse Escavito. – Foi você quem me ensinou a trabalhar. Gostei muito de aprender com você.

--O prazer foi todo meu.

Tudo correu bem nos primeiros dias, e fizeram muito progresso, mas logo começaram os problemas com algumas máquinas.

No intervalo do almoço, Guindaste estava de mau humor.

--Não consigo mais trabalhar com a Natasha – disse. – Ela é mandona e picuinha agora que ganhou uma pintura nova. E cada vez que vou colocar uma carga nela, fica reclamando dizendo que vou arranhar sua pintura nova. Acho melhor eu trabalhar sozinho.

--É, sei como é – disse Planador. – O Escavito fica o dia inteiro dizendo que sabe tudo sobre construção. Vou procurar outra coisa para fazer na obra para não ter que ficar perto dele.

Em outro canto da obra, Escavito dizia e Pinta Faixa e Rolo Compressor que achava que Cargo era muito preguiçoso.

Sem falar nos irmãos Betoneira – acrescentou Escavito. -- Nem sei por que estão trabalhando nessa obra.

--Estou esperando por vocês – disse Cargo de mau humor. Acham que estamos de férias? Preciso trabalhar. Podem vir logo?

E Cargo foi embora.

Cargo “Carrancudo” voltou – observou Escavito. – Não fizeram nenhum concerto nele como na gente, por isso está tão carrancudo.

--Mas é melhor a gente voltar a trabalhar, – sugeriu Rolo Compressor – se não ele vai ficar ainda mais chateado.

--Ora, não acho que a gente precise dele – retrucou Escavito. – Deixem-no reclamando o quanto quiser.

Naquela tarde, o sr. Supervisor veio ver como andavam as coisas na obra.

Algo não está bem – pensou.

Muitas das máquinas que havia mandado trabalhar em equipe, não estavam juntas. Outras pareciam muito infelizes. Todos estavam discutindo e o trabalho não estava sendo feito da maneira certa.

Isso não está bem, pensou. Algo tem que ser feito ou não terminaremos o trabalho a tempo!

--Olá, sr. Supervisor – disse uma voz animada. Era Escavinha.

--Olá Escavinha – respondeu o sr. Supervisor. – Fico feliz de ver que alguém está fazendo o que pedi. Você sabe o que está acontecendo?

--Não sei não. Eu estava ocupado trabalhando.

De repente, ouviram um estrondo muito alto. O sr. Supervisor e Escavinha se viraram para ver o que era.

--Olhe o que você me fez fazer! – gritou Guindaste.

Um enorme tubo de metal que Guindaste carregava tinha caído no chão. Felizmente não estava pendurado muito alto e não acertou em ninguém.

--Não me culpe pelo seu erro – respondeu Natasha berrando. – Esse tubo quase me acertou e imagine o estrago que isso teria feito na minha pintura nova.

Aquela foi a última gota para o sr. Supervisor.

--CALEM-SE TODOS! – disse pelo alto-falante.

Todos na obra ficaram quietos.

Não estou nada feliz com o que está acontecendo hoje – continuou. Estava andando pela obra e só ouvi discussões, brigas, máquinas se gabando e outras conversas horrorosas. Não é assim que se trabalha, é?

Ninguém disse nada.

--Posso dizer uma coisa? – perguntou Escavinha.

--Claro – respondeu o sr. Supervisor. – Escavinha era o único fazendo o seu trabalho como deveria, enquanto o resto de vocês discutiam.

— Oi, pessoal — disse Escavinha. — Essa manhã eu estava pensando no trabalho maravilhoso que temos para fazer aqui. Quero dizer, eu nunca imaginei que ajudaria a construir um cenário de filmagem. Mas o que é mais especial ainda é que vamos construir um cenário para um filme sobre o Natal. Isso é muito legal, se querem saber.

— Sabem, Jesus veio à Terra de um jeito muito simples — continuou Escavinha — Ele era o Rei de todo o universo, mas nasceu num estábulo pequenininho e fedorento.

— Mesmo sendo tão importante e especial, e com tudo o que podia fazer, Jesus não se gabou de quem era, ou do que podia fazer, mesmo tendo feito tantas coisas que ninguém mais sabia fazer. E se todos tentássemos ser assim -- mansos e humildes -- conseguiríamos fazer muito mais.

— Muito bem colocado — disse o sr. Supervisor. — Escavinha entendeu direitinho. Cada um de vocês foi feito para uma função específica, com certas habilidades, mas ainda assim precisam trabalhar juntos. Precisamos de cada um de vocês e é por isso que estão na equipe. Talvez possam pedir desculpas uns aos outros, e depois voltar a trabalhar juntos nas tarefas que receberam.

Depois que todos se desculparam, todas as máquinas de construção voltaram ao trabalho, dessa vez em união, trabalhando em equipe, e o resultado foi um cenário maravilhoso.

— Obrigado por nos lembrar do sentido do Natal, — disse Planador a Escavinha. — E que podemos nos amar e ajudar uns aos outros, como Jesus fazia.

* * *

Duas semanas depois, na apresentação de Natal da escola, Toninho subiu ao palco para cantar “O Menino do Tambor” com Pedro e Tuca. Os três cantaram muito bem a sua parte. Depois, as crianças da escola cantaram outras músicas e apresentaram um teatrinho. Todos adoraram a apresentação.

— Muito bem, Toninho! — disse o vovô Juca. — Você se apresentou muito bem.

— Obrigado. Eu contei aos outros a história que o senhor me contou. Trabalhamos em equipe e funcionou.

— É, funcionou mesmo — exclamou o vovô. — Foi uma linda apresentação de Natal. Estou muito orgulhoso de você.

— Feliz Natal, vovô! — disse Toninho, enquanto dava um abraço em seu avô.

— Feliz Natal para você também, Toninho!

Moral: O Natal é uma época de amar, de se importar com os outros e ajudá-los. Quando celebrar o Natal lembre-se de pensar nos outros mais do que em si mesmo. É isso que o fará mais feliz.
Autoria de Katiuscia Giusti. Ilustrado por Agnes Lemaire. Colorido por Doug Calder. Design de Roy Evans.
Apresentado no My Wonder Studio. Copyright © 2008 por Aurora Production AG, Suíça. Todos os Direitos Reservados.

Histórias do Vovô Juca: Maquininhas Ltda.: Até o Fim!

MP3: Grandpa Jake’s Storybook: Crew and Co.: Start ... Stop! (English)
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Era um lindo dia de sol. Vovô Juca e Toninho estavam no jardim arrancando as ervas daninhas e plantando flores.

Sábado era o dia em que o vovô cuidava do jardim, e como Toninho não tinha aula, decidiram plantar sementes e bulbos.

Mas depois de plantar apenas três bulbos, Toninho sentou-se na grama.

— Cansei — disse.

O vovô Juca se levantou do canteiro de flores onde estava.

— Sinto muito ouvir isso, mas você não acabou de plantar os bulbos de dália.

— Eu sei, mas agora quero fazer outra coisa.

— Olha, quero lhe contar uma história. Vou contá-la enquanto terminamos de plantar os bulbos.

— Legal.

* * *

Estavam montando um circo perto do canteiro de obras da Maquininhas Ltda. A grande tenda amarela e azul ficava no meio de várias outras tendas menores e alguns caminhões, trailers e jaulas de animais. Todos do circo estavam ocupados com os preparativos para a apresentação.

No canteiro de obras, Betoneira conversava com seu irmão, o Cimento Bomba.

— Estou cansada de ficar misturando cimento o tempo todo — desabafou Betoneira. — Eu queria fazer algo diferente... algo mais interessante.

— Sei como é — concordou Cimento Bomba. — Tudo que faço é despejar cimento molhado onde precisam dele. Só faço isso cada dia.

— Vamos fazer algo diferente — sugeriu Betoneira. — Por que não vamos ao circo?

— Será que podemos? — perguntou Cimento Bomba.

— Eu posso ficar misturando cimento enquanto estamos lá, e você ainda tem que esperar até fazer o próximo trabalho.

— É verdade. E nem vamos ficar longe por muito tempo. Vamos lá.

Passaram pelo chefe do circo, com seu fraque e cartola, que rondava toda a área.

— Olá, rapazes — disse o sr. Chefia.

— Vieram ver o circo?

— Sim, senhor — responderam.

— A primeira apresentação de hoje já terminou, mas podem andar por aí se quiserem.

Então Betoneira e Bomba perceberam que já tinha passado uma hora desde que saíram do canteiro de obras.

— Xiii! — disse Bomba. — É melhor a gente voltar ao trabalho. Talvez possamos voltar amanhã para ver o que não deu para ver hoje.

— Tô nessa! — disse Betoneira.

Nos dias que se seguiram, os dois irmãos fizeram várias visitas rápidas ao circo.

— Eu adoraria trabalhar no circo — disse Bomba. — Seria muito mais legal do que o trabalho que tenho agora.

— Olá! Percebi que vocês têm vindo muito aqui nos últimos dias — disse o sr. Chefia que saía de seu trailer. — Estão pensando em montar uma atração para o circo? — perguntou com uma risadinha.

— Quem me dera — disse Betoneira suspirando.

— Tive uma ideia! É algo que você provavelmente sabe fazer bem — disse o sr. Chefia.

— O quê? — perguntou Bomba.

— Em vez de bombear cimento, podemos colocar uma mistura para fazer bolhas no seu tanque e você pode fazer bolhas.

As crianças iam adorar! Eu até já pensei no nome da sua apresentação: “Chuva de Bolhas!”

— Gostei da ideia — disse Bomba todo animado. — E você Betoneira?

— Maravilha! — respondeu. — E eu vou fazer o quê?

— Você pode ajudar a chamar a multidão — disse o sr. Chefia. — Vão formar uma ótima equipe. O que acham?

— Combinado! — exclamaram os dois irmãos.

— Podem começar amanhã se quiserem — disse o sr. Chefia. — Vou avisar o pessoal que estarão aqui.

Na manhã seguinte, Bomba e Betoneira foram direto ao circo ensaiar. Estavam tão empolgados com o novo trabalho que nem avisaram o sr. Supervisor que estariam fora. O sr. Chefia colocou a mistura para fazer bolhas no tanque de Bomba e disse que voltaria mais tarde.

— Qual é a maior bolha que você consegue fazer — perguntou Betoneira a Bomba.

Bomba soprou forte, tentando fazer uma bolha gigante. Mas estava acostumado a trabalhar com cimento grosso e não com a mistura para fazer bolhas tão fina, então soltou milhares de bolhas deixando toda a área coberta com elas.

— Acho que não deu muito certo — disse Bomba rindo. — Vou tentar de novo.

Enquanto isso, no canteiro de obras, o sr. Supervisor perguntava a todos onde estavam os irmãos Bomba e Betoneira.

— Eles nem apareceram para trabalhar hoje de manhã, senhor — respondeu Planador. — E eles têm sumido bastante nesses últimos dias.

— O que será que andam fazendo? — disse o sr. Supervisor. — Precisamos deles agora para começarmos o alicerce desta obra. Todos estão esperando por eles. Planador, me avise assim que encontrá-los.

— Claro, patrão.

Espero que não tenham se metido em alguma encrenca, pensou o sr. Supervisor enquanto caminhava até seu trailer.

— Escavito, o que está acontecendo lá embaixo? — perguntou Escavinha.

— Aonde?

— Lá no circo. Olhe quantas bolhas!

— Puxa, tem mesmo um monte de bolhas. Olha só, algumas barracas e trailers estão completamente cobertos de bolhas.

As coisas não estavam correndo bem para Bomba. Por mais que tentasse não conseguia fazer a coisa direito, e milhares de bolhas saíam do seu bico, cobrindo tudo. No começo, Bomba e Betoneira acharam muito engraçado, mas logo Betoneira começou a ficar chateada com Bomba.

— Deixa de brincadeira e faz a coisa direito — disse Betoneira frustrada.

— Estou tentando, mas não consigo.

— O que está acontecendo aqui? — perguntou o sr. Chefia. — Bomba! Betoneira! Não foi isso que pedi que fizessem.

— Desculpe, sr. Chefia — desculpou-se Betoneira. — Bomba está tendo dificuldade para fazer as bolhas.

— Dá para ver — disse o sr. Chefia, que não estava achando nenhuma graça. — Sinto muito, Bomba, mas vou ter que pedir que desligue a sua bomba. Tem bolhas por toda parte e as pessoas não estão gostando nada disso. Acho que me enganei sobre vocês e provavelmente se sairiam melhor fazendo o seu verdadeiro trabalho. Sinto muito.

Bomba e Betoneira voltaram tristes para o canteiro de obras deixando atrás de si um rastro de bolhas.

— Por que tem bolhas saindo de você? — perguntou Planador quando chegaram.

— Não quero falar disso agora — respondeu Bomba todo tristonho.

— Bomba! Betoneira! Aí estão vocês! — Era o sr. Supervisor. — É bom terem uma boa desculpa por não aparecerem no trabalho.

— É... mais ou menos — respondeu Betoneira baixinho.

Betoneira e Bomba contaram ao sr. Supervisor sobre o circo, o convite do sr. Chefia e a bagunça que fizeram.

— Sentimos muito termos faltado ao nosso trabalho hoje. — disse Bomba. — A gente pensou que trabalhar no circo seria mais divertido. Mas não deu muito certo e não foi nada como esperávamos.

— Tudo bem — respondeu o sr. Supervisor. — Mas como não vieram trabalhar hoje, vão ter que aparecer mais cedo amanhã para se adiantarem um pouco no seu trabalho e a obra não ficar atrasada. Espero que tenham aprendido uma boa lição sobre fazer o seu trabalho até o fim.

— Aprendemos sim, senhor — disse Bomba. — Prometemos que vamos estar aqui amanhã bem cedo.

* * *

— Eu quero acabar de plantar os bulbos de dália — disse Toninho quando terminou a história. — É importante fazer o meu trabalho até o fim.

— Assim que acabarmos aqui, podemos fazer outra coisa que você escolher — disse o vovô.

— Obrigado, — disse o Toninho — vou pensar em alguma coisa bem divertida.

Moral: É importante aprender a fazer o seu trabalho até o fim. Mesmo se não for o que mais gosta de fazer. Faça até terminar e ficará feliz com o que fez.
Autoria de Katiuscia Giusti. Ilustrado por Agnes Lemaire. Colorido por Doug Calder. Design de Roy Evans.
Apresentado no My Wonder Studio. Copyright © 2008 por Aurora Production AG, Suiça. Todos os direitos reservados.

Histórias do Vovô Juca: Maquininhas Ltda.: Colegas de Construção

MP3: Grandpa Jake’s Storybook: Crew and Co.: Building Buddies (English)
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O café da manhã estava servido. Toninho comeu suas torradas com ovo frito e tomou um copo de leite. Ele tinha um grande dia pela frente. Hoje era o dia em que o guarda florestal levava as crianças e professores da escola de Toninho para fazer uma trilha numa floresta ali perto. Acontecia uma vez por mês, e ele ensinava coisas sobre a floresta, os animais que habitavam nela e também dicas de sobrevivência.

— Pronto para uma boa caminhada? — perguntou o vovô sentando-se à mesa do café.

Toninho fez que sim com a cabeça.

— O guarda florestal vai nos ensinar sobre os peixes de água doce. Talvez também nos ensine a pescar.

— Vai ser divertido! — disse o vovô — O que mais ele ensina a vocês?

— Ele às vezes divide as crianças em equipes e brincamos sobre as coisas que aprendemos com ele. Não gosto desses jogos, porque geralmente fico num time ruim e perdemos.

— Sei como pode ser frustrante, mas às vezes é preciso trabalhar em equipe ajudando-se uns aos outros.

— Mas como se faz isso? — Toninho perguntou.

— Veja bem, isso me faz lembrar de uma história. Posso contá-la a você a caminho da escola.

* * *

A corrida de revezamento beneficente da empresa Maquininhas Ltda acontecia cada ano para arrecadar fundos para um projeto que a empresa patrocinava. Todas as máquinas de construção participavam.

Quase todo mundo da cidade vinha assistir ao evento. O sr. Supervisor sempre dedicava uma boa dose de tempo e atenção para garantir que fosse emocionante e divertido para todos. Tinha apresentações e muita comida e bebida. Mas o ponto alto era sempre a corrida de revezamento.

As máquinas de construção passavam a semana antes da corrida regulando seus motores e consertando qualquer coisa que não funcionasse bem. Na véspera da corrida, lavavam-se bem e abasteciam os tanques com combustível.

Havia quatro equipes com três máquinas em cada.

— Boa tarde, pessoal. Podem me dar sua atenção, por favor? — disse o sr. Supervisor.

A multidão ficou quieta.

— A corrida da Maratona da Caridade vai começar em meia hora — disse o sr. Supervisor. — Mas antes quero lhes apresentar as quatro equipes que estarão competindo na corrida de hoje.

A multidão aplaudiu e deu vivas.

— Equipe “A”: — continuou o sr. Supervisor. — Temos Cimento Bomba, Betoneira e Cargo.

A multidão voltou a aplaudir.

— Equipe “B”: Pinta Faixa, Rolo Compressor e Guindaste.

Mais aplausos da multidão.

— Equipe “C”: Briteco, Dentico e Natasha Despacha.

Mais aplausos.

E por último, equipe “D”, com Demolibol, Escavinha e Escavito.

Mais uma vez a multidão recebeu a equipe com alegria.

— Eles aplaudiram mais para a equipe “A” do que para nós — resmungou Natasha.

— Nós vamos perder.

— Não diga isso — respondeu o Briteco. — Você só tem que tentar correr mais e fazer a sua parte.

— Ora, sinto muito se não sou tão rápida quanto vocês — Natasha disse.

— Pare de reclamar, Natasha, e esquente logo o seu motor — disse Dentico meio zangado.

Natasha saiu roncando o motor e resmungando.

Enquanto isso, Cimento Bomba, Betoneira e Cargo estavam num canto cochichando sobre os seus planos para vencer.

— Se alguém entrar na frente a gente dá um empurrão — disse Betoneira. — Nós somos fortes! Podemos vencer!

— É! — Concordaram Cargo e Cimento Bomba e começaram a gritar juntos. — Já ganhei! Já ganhei!

— Como estou? — perguntou Pinta Faixa se arrumando ao lado de Guindaste e Rolo Compressor.

— Que diferença faz? — perguntou Guindaste. — Estamos numa corrida. Não importa se você está bonita. Você só tem que correr o mais rápido que puder.

— Para mim importa sim! — respondeu Pinta Faixa zangada, e depois saiu toda nervosa.

Demolibol, Escavinha e Escavito também se preparavam para a corrida.

— Vocês só precisam fazer o seu melhor. — Demolibol disse para Escavito e Escavinha. — Não importa quem vence ou perde. O importante é que vamos nos divertir, não é?

— É isso aí. — responderam Escavito e Escavinha. — Acho que não consigo correr muito rápido — disse Escavinha.

— Não se preocupe — respondeu Escavito. — Já vi como você pega velocidade, suas rodas são novas e rápidas. Só não se esqueça de se divertir. Na verdade, é isso que importa.

A equipe “D” estava pronta e ansiosa para começar a corrida, mas as outras equipes estavam com problemas. Natasha estava chorando, Betoneira e Briteco estavam discutindo sobre quem ia ganhar e Rolo Compressor estava zangado com Guindaste porque tinha feito Pinta Faixa chorar.

— O que está acontecendo por aqui? — exclamou o sr. Supervisor. — A corrida vai começar em dez minutos e vocês estão todos brigando. Demolibol, você pode ajudar a resolver o problema?

— Com certeza, sr. Supervisor!

— Obrigado, eu sabia que podia contar com você. — disse o sr. Supervisor e foi então ver se estava tudo pronto para a corrida.

— Não sei se quero correr hoje. — disse Guindaste. Especialmente na mesma equipe que Pinta Faixa.

E logo começaram a discutir de novo, numa briga sobre diferentes coisas.

— Silêncio, todos vocês. — disse Demolibol bem alto. — A corrida vai começar em cinco minutos, as pessoas esperaram a tarde toda por isso. Temos que lembrar que todos temos o mesmo objetivo. Com o dinheiro que angariarmos esse ano vamos poder construir um novo parquinho para a escola. Não podemos ficar brigando e discutindo. Somos todos uma equipe. Precisamos trabalhar juntos. Não faz

diferença quem ganha a corrida. Vamos só nos divertir!

— Tem razão. — disse Dentico — Eu quero participar desta corrida e estou feliz com a minha equipe. Mesmo se a gente não vencer, ainda podemos nos divertir.

As outras máquinas concordaram e pediram perdão umas às outras.

— Maquininhas Ltda, aos seus lugares, — anunciou o sr. Supervisor no alto-falante. — A corrida vai começar.

Cada equipe foi para o seu lugar, pronta para o sinal de partida do sr. Supervisor.

— Um, dois, três e... JÁ!

E começou a corrida.

A multidão deu vivas. Cada equipe torcia por seus membros. O sr. Supervisor dava vivas.

Na última volta, os últimos participantes de cada equipe, Escavinha, Rolo Compressor, Guindaste e Cimento Bomba, correram o mais rápido que conseguiram para completar o percurso.

— Vamos lá! — gritava a multidão.

Os corredores já conseguiam ver a linha de chegada. A multidão gritou mais alto.

— Você consegue, Escavinha! — gritou Demolibol. Escavinha acelerou e cruzou a linha de chegada em primeiro lugar, os outros três vieram logo atrás.

— Muito bem, Maquininhas Ltda — exclamou o sr. Supervisor.

A multidão aplaudia.

— Eu me diverti tanto! — disse Guindaste. — Que bom que não fiquei de fora nessa corrida. Mesmo que a nossa equipe não tenha ganhado, eu me diverti muito.

Todos concordaram com ele.

— Isso merece uma comemoração! — anunciou o sr. Supervisor. — Foi a melhor corrida que já fizemos. Obrigado por sua ajuda e participação.

* * *

Naquela noite, sentado à mesa de jantar, Toninho contou todo feliz as aventuras daquele dia para os seus pais e o vovô Juca.

— Tinha três equipes: Trilha das Trutas, Rio das Piabas e Riacho das Traíras. O guarda florestal é tão engraçado, deu nome de peixes às nossas equipes. A minha equipe era o Riacho das Traíras.

— Puxa, parece que você se divertiu muito! — disse o vovô.

— Eu me diverti mesmo. Contei a história que o senhor me contou de manhã para alguns de meus amigos. — disse Toninho. — Eles gostaram muito. Conseguimos trabalhar mesmo em equipe. A gente também aprendeu muito sobre peixes e rios, e fizemos algumas brincadeiras. Minha equipe não ganhou todos os jogos, mas ganhamos alguns, e eu me diverti muito.

Moral: Aprenda a trabalhar em equipe e descobrirá que vai se divertir muito!
Autoria de Katiuscia Giusti. Ilustrado por Agnes Lemaire. Colorido por Doug Calder. Design de Roy Evans.
Apresentado no My Wonder Studio. Copyright © 2008 por Aurora Produções AG, Suíça. Todos os direitos reservados.

Histórias do Vovô Juca: Maquininhas Ltda.: Chuva e Lama

MP3: Grandpa Jake’s Storybook: Crew and Co.: Rain and Rumble (English)
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— Por que tinha que chover justo hoje? — perguntou Toninho frustrado. Ele estava na janela olhando a chuva. — Eu queria brincar lá fora com o Pedro, mas agora não posso.

— Por que não fazemos algo juntos? — perguntou o vovô Juca.

— Como o quê?

— Olha, se você quiser eu posso...

— Contar uma história? — perguntou Toninho todo animado.

— É. Conheço uma história de tempestade. Posso fazer um chocolate quente e depois eu conto a história.

— Legal! — disse Toninho.

* * *

Já fazia quase uma semana que o tempo estava nublado e chuvoso. Estava ficando cada vez mais difícil para a empresa Maquininhas Ltda trabalhar. A terra estava toda mole e virou lama. As máquinas de construção tinham que trabalhar com muito cuidado para não ficarem atoladas na lama.

Sexta-feira, o quinto dia de tempo ruim, foi o mais chuvoso de todos.

O braço de Guindaste balançava de um lado para o outro com o vento, até algumas máquinas de construção virem prender melhor seu braço para não acabar sendo arrancado pelo vento!

Mal dava para trabalhar porque só conseguiam se assegurar de que nada quebrava por causa da tempestade.

O sr. Supervisor não queria correr o risco de acontecer algum acidente, então mandou todas as máquinas tirarem o dia de folga.

— É melhor esperarmos essa tempestade passar — disse o sr. Supervisor gritando por causa do barulho da tempestade. — Peguem suas coisas e vão para casa. Amanhã a gente vê se a tempestade passou.

Todos começaram a guardar tudo bem rapidinho, para poderem ir antes da tempestade piorar.

— Socorro! Socorro!

A tempestade abafava a voz que pedia ajuda e quase nem dava para escutar.

— Venham! — disse Escavinha para todos. — Vamos ver o que aconteceu. Acho que é a Natasha.

Lá estava Natasha Despacha, em um canto da obra, pedindo socorro. Ela estava a caminho de casa quando resvalou pela beira do barranco e caiu numa vala profunda de lama. Por mais que tentasse sair, nem conseguia se mexer. Suas rodas só patinavam e jogavam lama por todo lado.

Várias máquinas foram ao barranco para ver o que tinha acontecido.

— Por favor, alguém me ajude! — gritou Natasha. — Só quero ir para casa e me limpar.

— Tente sair de novo — Dentico sugeriu.

— Não vai funcionar.

— Tente de novo. Talvez desta vez funcione.

Natasha girou as rodas o mais rápido que conseguia, mas em vez disso tirá-la da vala, o esforço só jogou lama por todo lado.

— Eca! — disse Pinta Faixa. — Você me sujou toda de lama. Eu já estava suja o bastante.

— Desculpa — disse Natasha, já triste.

— Acho que não vamos poder ajudar você — disse Dentico. — Talvez tenha que ficar aí até a tempestade passar e a lama secar um pouco.

— Você está pronta para ir para casa, dona Pinta Faixa? — perguntou o sr. Rolo Compressor ao chegar no local.

— Quase. Estou suja demais — reclamou.

— A Natasha jogou lama em mim.

— Que coisa feia — respondeu Rolo Compressor com cara feia.

— Mas a Natasha está presa na lama — disse o Escavinha. Ela não teve culpa.

— Olha, eu não gosto nem de lama nem de terra, então se a dona Pinta Faixa estiver pronta, eu vou embora — disse Rolo Compressor.

Mas quando se virou para ir embora, escorregou na beira do barranco e caiu na vala, do lado de Natasha.

— Minha nossa! — gritou a dona Pinta Faixa.

Ela tentou ajudar Rolo Compressor a sair, mas acabou caindo na vala também. Agora Natasha, Rolo Compressor e Pinta Faixa estavam presos na lama e não conseguiam sair.

Rolo Compressor não ficou nada feliz com o que aconteceu.

— Dona Natasha! — gritou. — Se a senhora tivesse tido mais cuidado para não cair na vala, nada disso teria acontecido.

— A culpa não é dela — disse Dentico.

— Acho melhor eu sair daqui antes de cair nessa vala também — disse Betoneira.

— Não pode nos deixar aqui! — gritou Rolo Compressor.

— O que você quer que eu faça? — perguntou Betoneira.

— Que nos dê uma mãozinha, é claro!

— E cair nessa vala como vocês? Não vou não.

— Talvez o sr. Supervisor saiba o que fazer — disse Natasha.

— Eu também acho — disse Escavinha. — Mas ele foi embora faz uns 15 minutos.

— O que vamos fazer? — perguntou Pinta Faixa.

— Acho que deveríamos trabalhar juntos para ajudar vocês três — disse Guindaste, que até então só observava em silêncio.

— Acho melhor não — disse Betoneira.

— Eles são nossos amigos — respondeu Guindaste. — Amigos devem se ajudar uns aos outros. Se você estivesse com dificuldades, não gostaria que alguém a ajudasse?

— Guindaste tem razão — disse Dentico. — Posso ajudar se tiver algo que eu possa fazer.

— Eu também — disse Escavinha.

— Podem contar comigo — disse Betoneira. — O que fazemos?

— Eu tenho um plano — explicou Guindaste. — Escavinha, você pode chamar Planador? A ajuda dele seria bem-vinda.

Apesar da chuva, as máquinas traçaram um plano para tirar seus três amigos da lama.

Escavinha tirou um pouco da lama com seu braço comprido. Dentico encontrou umas tábuas para colocar na frente das rodas da Natasha. Com uma corda amarrada em Natasha, Betoneira puxou-a enquanto Planador a empurrava, porque as esteiras dele não ficavam presas na lama. Guindaste organizou o resgate.

Depois de empurrar e puxar um pouco com muita determinação, Natasha conseguiu sair da lama. Depois foi a vez de ajudarem Rolo Compressor e Pinta Faixa a sair.

— Muito obrigada, — disse Natasha. — Que bom ter amigos como vocês!

— Foi um prazer poder ajudar — respondeu Guindaste.

— Sinto muito tê-la tratado mal — disse Pinta Faixa. — Eu deveria ter pensado em ajudá-la e não ficar só pensando em mim mesma e em não me sujar. Fui muito boba.

— Tudo bem — respondeu Natasha. — Está desculpada.

— Você me perdoa também? — perguntou Rolo Compressor. — Sinto muito ter ficado zangado com você. Da próxima vez vou pensar no que eu faria se estivesse no lugar do outro quando vir alguém em

dificuldades. Assim talvez possa ser uma ajuda.

— Eu te perdoo. — disse Natasha. — Foi uma semana difícil para todos nós.

— Agora que estamos todos livres, vamos para casa — sugeriu Planador.

E assim, todos partiram em direção à garagem, para se protegerem do vento, da chuva e da tempestade.

* * *

— Que bom que Guindaste, Dentico, Planador e Betoneira ajudaram seus amigos — disse Toninho.

— É, que bom — respondeu o vovô. — Um dia desses talvez você esteja preso numa situação difícil e precise de ajuda. E se tiver tido consideração e ajudado seus amigos quando eles precisavam, eles vão ajudá-lo quando você precisar.

— Olhe, vovô! A chuva parou! — exclamou Toninho. — E tem um arco-íris no céu. Posso brincar lá fora agora?

— Claro. Mas lembre-se de usar botas. Está cheio de poças d’água.

— Obrigado, vovô, pela história.

Moral: É importante tratar os outros e ajudá-los como você gostaria de ser tratado e ajudado. A gentileza e a amizade que demonstrar aos outros voltará para você.
Autoria de Katiuscia Giusti. Ilustrado por Agnes Lemaire. Colorido por Doug Calder. Design de Roy Evans.
Apresentado no My Wonder Studio. Copyright © 2008 por Aurora Produções AG, Suiça. Todos os direitos reservados.
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