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Histórias do Vovô Juca: Tesouros Oceânicos: Amigos no Natal

MP3: Grandpa Jake’s Storybook: Ocean Treasures: Christmas Chums (English)
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Era véspera de Natal, e Toninho e Patrícia estavam fazendo cartões para seus parentes e amigos.

— Toninho eu preciso do giz de cera azul — disse Patrícia.

— Eu também — respondeu Toninho.

—Mas você não está usando agora.

—Mas vou usar.

Patrícia se esticou e pegou o giz de cera azul.

— Pode devolver agora mesmo! — exigiu Toninho, zangado.

— Estou usando — respondeu Patrícia. — Vou devolver quando acabar.

— Devolva agora mesmo!

Toninho tomou o giz de cera de Patrícia e, ao fazer isso, rabiscou sem querer uma linha azul de fora a fora no cartão dela.

— Olha o que você fez! — disse Patrícia, começando a chorar.

— O que aconteceu, crianças? — perguntou Vovô Juca.

— O Toninho estragou o meu cartão! — chorou Patrícia.

— A culpa é dela. Não devia ter pegado o meu giz de cera!

— Tenho uma ideia — disse o Vovô Juca. — Gostariam de ouvir uma história sobre um incidente que aconteceu entre Xalo e Clipe? Talvez os ajude a entender melhor um ao outro.

* * *

— Que tal pendurarmos os enfeites de Natal aqui? — perguntou Biju.

O velho Baiacu segurava uma ponta da longa alga colorida e Biju segurava a outra, e a penduraram no lugar.

— Camila, o que você acha, está bonito assim? — disse Baiacu.

— É, está bom — respondeu Camila sem demonstrar muito interesse.

— Você não gostou, não é? — disse Biju preocupado.

— Não é isso. Acho que está bem, sim — disse ela.

— Sua cauda está doendo? — perguntou o velho Baiacu.

— Não... pelo menos não dói se fico mais quieta — explicou Camila.

— Então, qual é o problema?

Camila suspirou:

— Quem me dera não ter que ficar de cama. Quero ajudar a colocar os enfeites e me divertir. Mas não posso... por causa dessa minha cauda.

Dois dias antes Camila se machucara brincando no meio dos corais. Um grande pedaço se desprendeu e caiu em sua cauda. O Natal sempre foi uma época especial para Camila, mas não é nada legal ficar de cama com a cauda machucada justamente nessa época. Seus amigos foram animá-la, mas ela ainda estava tristonha.

De repente, ouviu-se um BARULHÃO seguido de palavras zangadas.

— O que estará acontecendo? — perguntou Camila.

— É o Xalo e o Clipe — disse Biju.

— Parece que eles não estão se entendendo muito bem — disse Baiacu. — Volto já, já.

* * *

Clipe e Xalo tinham saído para recolher conchas vazias, pedacinhos de coral e plantas aquáticas coloridas que usariam para enfeitar o quarto de Camila. Animados com o que encontraram, Xalo estava ansioso para mostrar tudo à Camila. Enquanto isso, Clipe ficava cada vez mais frustrado com Xalo.

— Olhe só o que encontrei! — gritou Xalo ao se aproximarem da casa de Camila.

Mas quando o cavalo-marinho se pôs a caminho para mostrar a Camila o que tinham recolhido, Clipe puxou a sua cauda, e ele levou um tombo feio. As coisas que carregava se espalharam pelo chão.

— CLIPE! — gritou Xalo. — Olhe só o que você fez!

— Bem feito!

— Por que fez isso comigo? — Xalo estava muito chateado.

— Estou cansado de ver você receber o mérito por tudo — Clipe disse. — Lembre-se que nós recolhemos tudo isso juntos, não foi você sozinho! A manhã toda tem se gabado do que você recolheu para a Camila, mesmo quando era eu que encontrava algo.

— Não é verdade! — retrucou Xalo.

— É sim! — respondeu Clipe.

O caranguejo e o cavalo-marinho começaram a brigar e a empurrar um ao outro.

— Clipe! Xalo! Chega disso! — disse Velho Baiacu com firmeza.

Xalo soltou Clipe e foi se sentar numa pedra. Clipe cruzou as suas garras de caranguejo e ficou ali emburrado.

— Pelo jeito vocês dois não estão se entendendo muito bem hoje — disse o velho Baiacu.

— É culpa do Clipe.

— Não é, não! — retrucou Clipe.

— Eu não perguntei de quem era a culpa — insistiu Baiacu. — Discutir sobre quem agiu errado não vai ajudar. Precisamos encontrar uma solução para este problema sem discussões e brigas. Mas para tal, vocês dois vão precisar escutar o que o outro tem a dizer. Concordam?

Xalo e Clipe menearam a cabeça afirmativamente.

— Por que não explica primeiro o problema, Clipe? — sugeriu o velho Baiacu. — O que aconteceu?

Clipe começou:

— Xalo passou a manhã inteira falando sobre o que ele ia pegar para a Camila, e como ia encontrar corais mais bonitos do que eu. No início não me importei. Mas aí, sempre que eu ia pegar algo, Xalo corria e pegava antes de mim. Eu lhe pedia para não fazer isso, mas ele não me escutou.

— Acho que não devia ter perdido a paciência — continuou Clipe. — Mas fiquei tão frustrado que não sabia mais o que fazer.

— Entendo — disse o velho Baiacu. E, virando-se para Xalo acrescentou: — Você percebeu que estava fazendo o Clipe se sentir mal?

Xalo disse que não.

— Eu só queria fazer algo legal para a Camila — explicou ele. Não estava tentando deixar o Clipe zangado... mas acho que deixei.

— Ótimo! — exclamou Baiacu.

Xalo e Clipe olharam meio confusos para Baiacu.

— Como assim? — perguntou Clipe.

O velho Baiacu explicou:

— Agora que sabemos por que os dois ficaram zangados, é mais fácil resolver a questão.

Xalo deu um suspiro e disse:

— Clipe, desculpe-me pelo meu comportamento. Se eu tivesse percebido que o estava incomodando não teria agido daquela maneira.

— Desculpe-me também — disse Clipe. — Eu não devia ter ficado zangado com você. Por favor, me perdoe.

— Claro que sim — respondeu Xalo.

Os dois amigos agradeceram ao velho Baiacu pela sua ajuda.

— Ora, não vamos fazer com que a Camila espere mais — disse o velho Baiacu.

* * *

— Vocês voltaram! — exclamou Camila feliz.

— Clipe e eu encontramos muitas coisas legais — disse Xalo.

Os corais, conchas e plantas marinhas coloridas foram colocados sobre a cama, e os cinco amigos observaram cada item, decidindo onde colocá-los no quarto de Camila.

— Muito obrigada — disse Camila. — Vocês são amigos maravilhosos. Achei que meu Natal seria sem graça por causa do acidente que sofri, mas vocês me alegraram muito.

— Você sempre nos ajudou nos momentos mais difíceis — disse Xalo.

— Feliz Natal, Camila — disse Clipe. — E Feliz Natal a todos vocês, meus amigos.

* * *

— Eu não devia ter sido tão egoísta — disse Toninho. — Não precisava do giz de cera naquele instante. Podia tê-lo emprestado para você.

— Mas eu também não tinha que tirá-lo daquele jeito — disse Patrícia. — Eu podia ter usado uma cor diferente e esperado até você terminar. Sinto muito.

— Veem? Há maneiras de resolver as coisas sem se zangar e brigar — mencionou o Vovô Juca.

— Podemos terminar nossos cartões agora? — perguntou Toninho.

— Claro. E, diga-se de passagem, os cartões de vocês dois estão lindos. Tenho certeza que seus familiares vão ficar muito felizes.

Moral: Discutir e brigar não ajuda a resolver os problemas; geralmente só o deixam mais zangado e chateado com a outra pessoa. Experimente demonstrar amor e ter consideração, e verá que tudo vai transcorrer bem melhor.
Autoria de Katiuscia Giusti. Ilustrado por Agnes Lemaire. Colorido de Doug Calder. Design de Roy Evans.
Apresentado no My Wonder Studio. Copyright © 2008 por Aurora Produções AG, Suíça. Todos os direitos reservados.

Histórias do Vovô Juca: Maquininhas Ltda.: Ainda Não!

MP3: Grandpa Jake’s Storybook: Crew and Co.: Not Now! (English)
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Patrícia, Pedro e Tuca foram brincar na casa do Toninho. Hoje estavam construindo com os bloquinhos de Duplo.

— Quero construir uma torre! — disse Patrícia. — Meu pai me ensinou como se faz.

— Posso te ajudar? — perguntou Tuca.

Logo Patrícia e Tuca tinham construído uma torre de bloquinhos vermelhos e amarelos, tão alta quanto eles.

— Olhem só nossa torre — anunciou Patrícia.

— Não é incrível?

— Puxa! — disseram Toninho e Pedro ao mesmo tempo.

— E olhem o Corpo de Bombeiros que estamos fazendo — disse Toninho.

Patrícia se abaixou para olhar melhor o Corpo de Bombeiros.

— Gostei muito — disse.

— Estão prontos? — perguntou Tuca.

— Um, dois, três, e...

— Prontos para o quê? — perguntou Patrícia.

De repente, a torre que ela tinha construído com o Tuca se estraçalhou no chão.

— Tuca! Você destruiu a torre! — disse ela, e desatou a chorar.

Quando o vovô Juca entrou no quarto, tinha pecinha de duplo por todo o lado, e Patrícia, sentada no

Chão, não parava de chorar.

Tuca parecia não entender o que estava acontecendo. Usava o cinto de ferramentas de brinquedo do Toninho, com um serrote, uma chave de fenda, e outras ferramentas. Ele segurava o martelo de plástico que tinha usado para derrubar a torre.

Vovô Juca entrou com cuidado para não pisar nas pecinhas e sentou-se na cama do Toninho.

— Tuca, você pode me contar o que aconteceu?

— Ia cair de qualquer jeito — explicou.

— Mas nós tínhamos acabado de construir a torre — disse Patrícia chorando.

— Ela não ia caber na caixa na hora de guardar. A gente ia ter que quebrá-la — continuou Tuca. — Foi por isso que eu derrubei a torre de uma vez.

— Entendo — disse o vovô Juca. — Concordo com você, Tuca. Vocês iam ter que guardar a torre uma hora ou outra. Mas, sabe, quando quiser desmontar algo, precisa lembrar uma coisa.

— O quê? — perguntou Tuca.

— Tem a hora certa de desmontar as coisas. Veja bem, você e Patrícia tinham acabado de construir a torre. Talvez ela quisesse brincar um pouco com ela antes de guardar. Você pensou nisso?

Tuca abanou a cabeça e olhou para o chão.

— Eu não quebrei por mal — disse.

— Eu sei, e não estou chateado com você — disse o vovô. — Você pode aprender com isso, como aprenderam Dentico e Briteco. ...

* * *

A empresa Maquininhas Ltda foi contratada para derrubar uma casa velha que não era mais segura para se morar, e depois construir uma casa nova. O velho Demolibol já estava trabalhando por algumas horas. Ele balançava com cuidado a sua grande bola de ferro e acertava as paredes derrubando tudo. Terminada a sua parte, Demolibol foi embora descansar.

Quando Demolibol foi embora, Dentico e Briteco apareceram e o sr. Supervisor explicou o que tinham que fazer.

— Alguns desses pedaços de entulho estão grandes demais para colocar nos caminhões. Preciso que vocês dois os quebrem em pedaços menores. Planador e Cargo logo vão chegar e levá-los para o aterro. Obrigado, rapazes.

— Deixe conosco — disse Dentico, e o sr. Supervisor foi embora.

Dentico usava seus dentes enormes para quebrar os pedaços de concreto, e Briteco furava os pedaços até eles partirem.

— Por que é que nós sempre temos que fazer esses trabalhinhos sem importância, Dentico? — perguntou Briteco. — Eu queria trabalhar de verdade.

— É, eu também — resmungou Dentico.

— Todos os outros podem trabalhar o tempo todo, e nós só ficamos parados, cansados de não fazer nada.

— Já sei. Quando terminarmos este trabalho, talvez possamos procurar outra coisa para derrubar.

— Boa ideia! Mas é melhor terminarmos logo isso aqui. Planador e Cargo já estão chegando.

Dava para ouvir o barulho da furadeira de Briteco e dos dentes do Dentico por toda a obra. Em pouco tempo tinham terminado tudo.

— Podem deixar com a gente agora — disse Cargo para os dois irmãos. — Obrigado pela ajuda.

— Podem deixar com a gente agora — sussurrou Dentico zombando. — Não gosto quando dizem isso. Todas as máquinas de construção pensam que são melhores que nós.

— Vamos mostrar para toda a Maquininhas Ltda que também somos úteis — sugeriu Dentico.

— É isso aí! Somos uma equipe que bota pra quebrar. E daí se não podemos construir.

Os dois irmãos começaram a andar pelo canteiro de obra procurando algo para derrubar.

— Que tal este murinho aqui? — perguntou Briteco a Dentico, apontando para um muro baixinho atrás da casa.

— Boa ideia — concordou Dentico. — Vamos mostrar para todos que somos tão bons quanto eles.

Com alguns furos aqui e ali, e esmagando um pouco, parte do muro caiu. Dentico e Briteco ficaram parados orgulhosos do trabalho que tinham feito.

— Minha nossa! — exclamou Escavinha. — Eu tinha acabado de tirar todo o entulho... Oh, não! O muro quebrou!

— Estamos trabalhando nesse muro. — Disse Dentico.

— Mas não era para quebrar esse muro! — disse Escavinha. — O sr. Supervisor me pediu para tirar todo o entulho de perto porque não era para ninguém quebrar o muro. Agora vamos ter que construir o muro de novo.

Dentico e Briteco olharam tristes para o chão.

— Está tudo bem? — perguntou o Demolibol, que viu o muro quebrado e entendeu o que havia acontecido.

— Pensamos que estávamos ajudando — explicou Briteco.

— Entendo — disse Demolibol. — Mas às vezes é melhor não fazer nada do que fazer a coisa errada. Vocês têm um trabalho específico para fazer, que é derrubar as coisas, como eu faço. Mas não podemos derrubar as coisas erradas, senão destruímos o trabalho dos outros.

— Desculpa. — disse Dentico.

— Eu fiz o mesmo quando era mais novo. — disse Demolibol. — Só que foi muito pior e levou muito mais tempo para consertar.

— Vocês dois são muito importantes. E mesmo se pensarem que não são tão úteis quanto as outras máquinas de construção, ainda assim são parte da equipe. Cada um tem um trabalho importante, inclusive vocês.

— Vamos nos lembrar dessa lição — disse Briteco. — E sentimos muito termos derrubado o muro, Escavinha.

— Tudo bem — disse Escavinha. — Podemos consertar.

— É melhor contarmos ao sr. Supervisor o que aconteceu. — disse Briteco. — Porque aí ele pode nos ajudar a consertar.

— Tenho certeza que ele vai entender — disse Demolibol.

Os dois irmãos foram explicar para o sr. Supervisor o que tinha acontecido. Ele foi compreensivo e ficou feliz por eles terem aprendido uma boa lição.

— Talvez eu possa arrumar mais alguma coisa para vocês fazerem. Assim vão se sentir mais úteis — disse o sr. Supervisor. — Sinto muito não ter arrumado mais coisas para vocês fazerem.

— Tudo bem — disse Dentico. — Adoraríamos ajudar em qualquer coisa que precisar.

* * *

— Patrícia, se quiser eu construo a torre para você — ofereceu Tuca. — Sinto muito ter deixado você triste.

— Tudo bem, eu te perdoo — disse ela. — Posso te ajudar a construí-la de novo. Eu gosto de construir torres!

— Vocês resolveram a situação muito bem — disse o vovô Juca. — Estou orgulhoso de vocês.

Tuca e Patrícia juntaram as peças de Duplo e reconstruíram a torre. Mas dessa vez ficou ainda maior e melhor.

Moral: Tem hora para construir e hora para derrubar. Se não tiver certeza do que é o certo a fazer na hora, pergunte aos seus pais ou professores.
Autoria de Katiuscia Giusti. Ilustrado por Agnes Lemaire. Colorido de Doug Calder. Design de Roy Evans.
Apresentado por My Wonder Studio. Copyright © 2008 por Aurora Produções AG, Suíça. Todos os direitos reservados.

Histórias do Vovô Juca: Dino e Cia: Operação Oopa!

MP3: Grandpa Jake’s Storybook: Dino Tales: Operation Oops! (English)
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O Vovô Juca subiu rapidamente as escadas, e ao abrir a porta do quarto encontrou Toninho chorando. Ele estava segurando seu carrinho de bombeiro favorito, e a escada que fica na carroceria estava quebrada.

— O Tuca pisou no meu carro de bombeiro e o quebrou — informou Toninho soluçando.

— Mas eu não vi — disse Tuca todo triste.

— Mas você o quebrou! — gritou Toninho.

Tuca pediu desculpa. Sentia-se mal por ter quebrado o carrinho, pois pisou nele sem querer.

— Deixe-me dar uma olhada — ofereceu o vovô Juca. — Talvez dê para consertá-lo.

— Não quero que o Tuca brinque mais com os meus brinquedos! — disse Toninho.

— Toninho, agindo assim você não está perdoando — explicou o vovô Juca.

Toninho olhou para o carrinho quebrado, depois para o Tuca. Era difícil para ele perdoar seu amigo.

— Eu já contei para você a história do Dino, o dinossauro? — perguntou o vovô Juca.

— Não — respondeu Toninho. — O carro de bombeiro dele também quebrou?

— Não exatamente — respondeu o vovô Juca. — Mas um dia ele cometeu um erro que deixou sua irmã bem triste. Que tal descermos para a oficina com seu carrinho e enquanto eu tento consertá-lo conto a história do Dino?

* * *

Chovera durante vários dias e Dino passara todo esse tempo dentro da caverna onde sua família morava planejando jogos para brincar com seus amigos depois que parasse de chover. Naquele dia finalmente ficou ensolarado. Dino correu à procura de seus melhores amigos, para perguntar se queriam brincar com ele.

— Lilico! — chamou Dino. — Susi! Cadê vocês?

Lilico colocou a cabeça fora da sua casa:

— Estou aqui. Quais são as novidades?

— Você e Susi querem brincar comigo? Estou com vontade de correr e brincar — afirmou ele.

— Eu também — concordou Lilico. — Vamos procurar a Susi.

Os dois amigos chegaram à casa de Susi e lhe perguntaram se ela gostaria de brincar com eles. Susi também mal podia esperar pra brincar, então os três amigos saíram em direção à floresta ali perto para brincar. Decidiram brincar uma espécie de “pique-bandeira” diferente, com uma só bandeira a ser conquistada. Um dos amigos esconderia a bandeira e a protegeria, e os outros dois tentariam pegá-la. Lilico foi o primeiro protetor da bandeira. Susi e Dino teriam que capturá-la.

— Um... dois... três... — começaram a contar Dino e Susi.

Lilico saiu com a bandeira para escondê-la. Ele a colocou cuidadosamente dentro do oco de uma grande árvore.

— Quarenta e nove... cinquenta! — disse Dino em voz alta. — Lá vamos nós atrás da bandeira!

— Não se eu pegar vocês primeiro — respondeu Lilico.

Dino procurou debaixo de moitas e grandes pedras, mas nem sinal da bandeira.

De repente ele ouviu um som brincalhão e estridente vindo de Susi. Ela tinha encontrado a bandeira, mas Lilico a tinha visto antes de ela pegá-la, e correu para capturá-la.

É a minha chance, pensou Dino, correndo em direção à arvore oca, onde agora podia ver a bandeira.

— Viva! — gritou Dino, pegando-a. — Achei a bandeira!

Dino correu para a sua base com a bandeira, mas Lilico se aproximava rapidamente por trás. Dino correu até o limite da floresta e entrou numa campina grande.

— Ah, ah! Você não consegue me pegar, Lilico!

— DINO! PARE! — ouviu-se gritar.

Mas era tarde demais. Dino tinha corrido bem por cima do canteiro de flores de sua irmã Dina. Ele não percebeu, enquanto corria, mas agora muitas das flores tinham sido pisoteadas.

— Xii! — disse Lilico, sacudindo a cabeça ao ver o desastre. Susi saiu correndo da floresta para ver o que tinha acontecido.

— Olhe o que você fez, Dino! — disse Dina. Ela ficou zangada por causa de todo o tempo e cuidado que investira no jardim.

Dino não tinha intenção de arruinar as flores de Dina e não sabia direito como reagir nem o que dizer. Aí reparou que a cerca que geralmente protegia o jardim não estava lá.

— Onde está a cerca? — perguntou ele — Se a cerca estivesse aqui, eu não teria pisado suas flores.

Dina ficou ainda mais zangada. Ela começou a dizer o nome das várias flores que Dino tinha estragado e mencionou como tinham demorado tanto para crescer. Dino retrucou que a culpa na realidade era de Dina por não ter uma cerca no canteiro.

— Esperem, por favor! — clamou Lilico. — Não é certo gritar um com o outro. Deve haver uma maneira de resolver essa situação.

— Choveu tanto que a cerca caiu, porque a terra virou lama — explicou Dina, enxugando as lágrimas. — É por isso que está sem cerca.

— Talvez possamos fazer algo para ajudar a Dina a consertar o jardim — sugeriu Susi.

— Mas o quê? — perguntou Dina. — As flores estão arruinadas!

— Podemos ajudá-la a levantar a cerca, para isso não voltar a acontecer — disse Lilico.

— E colocar escoras nas plantas que ficaram curvadas para baixo para elas ficarem de pé — acrescentou Dino.

— Não vai funcionar — disse Dina com tristeza. — Vou ter que arrancar tudo e plantar flores novas. Ainda estou com raiva de você, Dino!

— Sei que está zangada, mas foi sem querer e Dino pediu desculpas. Você vai perdoá-lo? — disse Susi.

-- Nós podemos trabalhar juntos e tentar arrumar tudo. Tenho certeza que dá para salvar algumas flores.

— Você tem razão, Susi — disse Dina, e logo depois pediu desculpas a Dino por ter se zangado com ele. —Eu perdoo você e ficarei feliz se me ajudarem a recuperar o jardim.

Dino sorriu para sua irmã.

— Muito obrigado por me perdoar, Dina. Você cuida tão bem do seu jardim! Sinto muito pela bagunça que fiz. Vou começar por montar de novo a cerca para você.

Dina agradeceu a gentileza e mencionou que havia possibilidade de algumas das flores se recuperarem com alguns cuidados a mais.

Dino foi buscar as ferramentas necessárias para ajudar Dina. Susi e Lilico também se ofereceram para dar uma mãozinha. Não demorou muito e o canteiro de Dina estava lindo novamente. Dino colocou uma placa na cerca: “Cuidado com o canteiro de flores.” Ele também trouxe para sua irmã novas mudas e sementes para plantar no jardim. Dina ficou muito feliz!

* * *

— Tuca, eu lhe perdoo por quebrar meu caminhão sem querer — disse Toninho. — Sinto muito por ter ficado bravo com você. Eu deveria ter guardado o caminhão na prateleira em vez de deixá-lo no chão.

— Por favor me perdoe por quebrá-lo. Vou tentar ser mais cuidadoso da próxima vez — respondeu Tuca. — Talvez eu possa lhe emprestar o meu caminhão de bombeiro para você brincar até o seu ser consertado.

— Obrigado, eu gostaria muito disso!

— Olha, garotos, acho que este caminhão vai ficar ótimo! — disse vovô Juca. — Depois que a cola secar, vai ficar como novo.

— Muito obrigado, vovô! — exclamou Toninho. — O senhor consertou direitinho!

Moral: Todos cometem erros, e precisam de perdão. Perdoar é amar.
Autoria de Katiuscia Giusti. Illustrado por Agnes Lemaire. Colorido de Doug Calder. Design de Roy Evans.
Apresentado no My Wonder Studio. Copyright © 2008 por Aurora Production AG, Suíça. Todos os direitos reservados.

As Aventuras de Vagarildo e Ligeirinho: Bem Vindo de Volta ao Lar, Webber!

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CROAC, CROAC!

—Estou escutando um sapo! — disse Ligeirinho. — Talvez o Saltitante tenha voltado da sua viagem.

—Espero que sim. Já faz muito tempo que ele partiu. Suba no meu casco e veja se vê alguma coisa.

Ligeirinho ficou na ponta dos pés, esticou o pescoço o mais que podia e deu uma espiada por cima dos juncos.

Vagarildo ia andando ao longo da margem, enquanto Ligeirinho examinava o lago, à procura do que fazia aquele barulho, quando de repente...

CROAC! CROAC!

—AAHHH! — gritou Ligeirinho, que perdeu o equilíbrio e caiu do casco de Vagarildo em cima da grama na margem do lago.

Estava prestes a subir de novo quando percebeu que tinha dois grandes olhos o observando.

—Saltitante? — perguntou.

—Sim. Sou eu! — disse Saltitante.

—Assustei você, Ligeirinho? — perguntou Saltitante.

—De jeito nenhum! Eu não fiquei assustado… ah... bem, acho que fiquei um pouquinho.

Saltitante sorriu com a sua grande boca de sapo.

—É bom estar de volta. Senti falta de vocês.

—Quer nadar? — perguntou Vagarildo.

—Sempre — respondeu Webber.

—Antes de Ligeirinho poder dizer uma única palavra, Vagarildo e Saltitante mergulharam na água e nadaram para o meio do lago.

—Esperem por mim! — gritou Ligeirinho.

Ligeirinho olhou em volta, e pegou alguns gravetos e uma folha grande. Depois entrou devagarzinho no lago para flutuar em cima da folha.

Ligeirinho subiu na enorme folha que havia arrastado até a água. Usou os gravetos como remos e remou até aonde estavam Saltitante e Vagarildo.

É uma chatice eu não saber nadar, pensou Ligeirinho. Sempre que Vagarildo e Saltitante brincam na água, esquecem que eu nunca aprendi a nadar.

De repente, o lago tranquilo começou a se mexer. As ondas sopraram o barco de Ligeirinho feito uma folha. Uma onda de água fria quebrou em cima da sua cabeça e levou embora ambos os remos dele.

—Socorro! Socorro! — gritou Ligeirinho.

Mas Vagarildo e Saltitante não o escutaram. Estavam muito entretidos brincando.

—Eu consigo fazer uma onda muito maior do que você — disse Saltitante, desafiando Vagarildo e pulando de um tronco. Ele se enrolou feito uma bola, e caiu na água com um estrondo.

Vagarildo e Saltitante riram.

As ondas ficaram cada vez maiores, à medida que Vagarildo e Saltitante tentavam fazer ondas maiores. O pobre Ligeirinho se agarrava com toda a força à beirada da folha, para não afundar.

E foi então que aconteceu …

SPLASH!

Vagarildo e Saltante juntos fizeram a maior onda de todas, a qual arrancou Ligeirinho da folha e o jogou dentro da água.

—Socorro! — gritou Ligeirinho. Debateu-se freneticamente, na tentativa de se manter à tona, mas logo começou a afundar. Ligeirinho ficou com medo.

—Por favor, Deus, me ajude — orou.

Nesse momento, sentiu que foi levantado e arrancado rapidamente da água. Antes dele conseguir entender o que acontecera, se encontrou sentado na beira do lago, tossindo e cuspindo.

—Rana, a irmã de Saltitante, veio em Socorro de Ligeirinho.

—Vagarildo! Saltitante! Vocês quase perderam um amigo! — gritou ela lá da margem.

Vagarildo e Saltitante nadaram em direção ao amigo o mais rápido que podiam.

—Que aconteceu com você? — perguntou Vagarildo saindo da água.

Ligeirinho fez uma expressão zangada, e virou as costas aos dois amigos.

—Vocês me abandonaram! — respondeu Ligeirinho. — Tentei acompanhar vocês. Até os chamei!

—Mas nós estávamos brincando — exclamou Saltitante.

—Eu sei! — respondeu Ligeirinho zangado. — Se não fosse a Rana, vocês sabem o que teria acontecido comigo.

—Sentimos muito, Ligeirinho — disse Vagarildo. — Esquecemos que você não sabe nadar.

—Na próxima vez, vamos tentar prestar mais atenção — respondeu Vagarildo. — Você nos perdoa?

—Claro que lhes perdoo, — respondeu Ligeirinho, com um suspiro. No final das contas, vocês são meus amigos — e, ainda por cima, os melhores amigos!

Ele deu um grande abraço molhado aos amigos.

—Na próxima vez, vamos pensar em algo que inclua você também, — disse Saltitante para Ligeirinho.

—É legal vocês dizerem isso, mas eu não me importo de vocês nadarem juntos. Sei que gostam de nadar. Mas talvez eu possa fazer outra coisa em vez de tentar segui-los. ... Foi bem assustador! Graças a Deus por me proteger.

—Obrigada por me salvar, Rana! — disse Ligeirinho.

—Foi um prazer — respondeu ela, dando um enorme sorriso de rã, igualzinho ao do seu irmão.

—Talvez possamos lhe ensinar a nadar — disse Vagarildo.

—Gostaria muito, Vagarildo.

Os quarto amigos dirigiram-se para a floresta, rindo e brincando. Tinham aprendido a ter mais consideração uns pelos outros, e isso os tornou ainda melhores amigos.

Não percam os outros títulos desta série: “Vagarildo e Ligeirildo,” “Amigos Diferentes,” e “Lulu, Fofinho, e o Mel.”
Autoria de Katiuscia Giusti. Ilustrado por Hugo Westphal. Design de Roy Evans.
Apresentado no My Wonder Studio. Copyright © 2004 por Aurora Production AG. Todos os direitos reservados. Usado com permissão.
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