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Uma Aventura da Bíblia: Um Rabino Vê a Luz

MP3: A Bible Adventure: A Rabbi Sees the Light (English)
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Uma releitura de Atos 5–9

— Amaldiçoados sejam! — exclamou o sumo sacerdote Caifás. Sua voz tomava conta do Sinédrio—o Supremo Tribunal dos judeus—com maldições contra os cristãos. — Justo o que temíamos está acontecendo! A doutrina deles está se espalhando por toda a Jerusalém como fogo descontrolado! E, o que é pior, sinto que é minha culpa!

Seu sogro, Anás, passou a mão em sua longa barba branca.

— Deixe disso, filho — disse mansamente. — Nem nós ou algum ancião do Conselho podia imaginar que essa seita herege continuaria a se espalhar depois que persuadimos os romanos a executarem seu líder blasfemo, Jesus de Nazaré.

— Sim, sim, eu sei. Mas bem na semana passada tivemos a oportunidade ideal de nos livrarmos de dois dos principais líderes, Pedro e João. Nós os prendemos e o Conselho concordou em matá-los!

— E por que não o fizeram?

— O rabino Gamaliel persuadiu o Conselho, argumentando que devíamos deixá-los partir. Ele disse que se o propósito deles, ou suas obras, fossem de meros homens, não dariam em nada. Mas se fossem de Deus, nós não poderíamos detê-los, e se continuássemos por esse caminho podíamos vir a descobrir que estávamos na verdade lutando contra Deus!1

— Eu respeito Gamaliel e o considero um de nossos melhores advogados e doutores da lei, — disse Anás. — Mas com certeza ele lhes deu um conselho equivocado. Os anciãos cometeram um grave erro ao libertarem aqueles hereges.

— Nós os açoitamos, — disse Caifás — e os ameaçamos com um castigo mais severo caso continuassem a pregar em nome de Jesus.

— Mas de que isso adiantou? — disse Anás. — A popularidade deles e o número de adeptos cresce diariamente, e já ouvi que muitos de nossos próprios sacerdotes estão se tornando seguidores secretos dessa seita! Temos que agir, Caifás, e temos que agir agora! Se não fizermos algo, Jerusalém inteira vai proclamar que o nazareno morto é o Messias!

— Concordo. Ameaças, açoites e prisões não têm adiantado nada. Temos que lhes mostrar que estamos falando sério. Afinal, o próprio Moisés mandou que os blasfemos e falsos profetas fossem apedrejados! ... Mas, como sabe, os romanos nos proíbem de fazer nossas próprias execuções.

— Claro que sei — disse Anás. — Mas a situação é tal que se não fizermos justiça com nossas próprias mãos, e tomarmos uma atitude imediatamente, podemos não conseguir mais parar essa seita. Entretanto, para evitar problemas com os romanos, caso venham a descobrir que executamos alguns desses hereges, talvez pudéssemos usar alguns irmãos que não estão diretamente ligados ao Sinédrio.

Caifás sorriu.

— Excelente ideia! E sei quem é o homem certo para isso: o rabino Saulo! Ele é um fariseu zeloso de Tarso e um dos principais chefes da Sinagoga chamada dos Libertinos, uma congregação muito devota aqui em Jerusalém de judeus da Grécia e Ásia. Ele faria qualquer coisa para levar a causa de nossa religião adiante.

— Já ouvir falar dele — respondeu Anás. — Seu pai também era um fariseu dedicado.

Eles chamaram Saulo imediatamente aos aposentos dos sacerdotes no Templo, e ele aceitou com alegria a incumbência de capturar um cristão proeminente e certificar-se que ele fosse morto. Saulo concordou que tal ação servia para frear o resto dos cristãos em Jerusalém e poria um fim às suas atividades.

Depois de organizar um bando de judeus dedicados de sua sinagoga, Saulo e seus homens foram ao mercado central de Jerusalém onde os cristãos pregavam frequentemente. Lá encontraram um discípulo de nome Estevão que falava abertamente às multidões sobre Jesus.

Começaram a debater com Estevão, mas não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele falava. Então subornaram alguns homens como falsas testemunhas para dizerem, “Ouvimos Estevão falar palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.”

Isso deixou os que ouviam irados, e eles pegaram Estevão e o levaram até o Conselho.

— Este homem não para de falar contra este nosso Santo Templo e contra as Leis de Moisés, — proclamaram as falsas testemunhas. — Pois o ouvimos dizer que este Jesus, o Nazareno, destruirá este santo lugar e mudará os costumes que Moisés nos legou!

Caifás perguntou a Estevão se as acusações eram verdadeiras. Estevão lhe respondeu recontando a história dos primeiros judeus em detalhe e com muito poder—desde Abraão, Isaque e Jacó até Moisés e falou de seus profetas e reis, mostrando como Deus lidou com Israel ao longo dos anos, de modo a preparar o povo para o Messias.

Estevão terminou seu relato dizendo:

— Povo rebelde, obstinado de coração e de ouvidos! Vocês são iguais aos seus antepassados: sempre resistem ao Espírito Santo! Qual dos profetas os seus antepassados não perseguiram? Eles mataram aqueles que prediziam a vinda do Messias, de quem agora vocês se tornaram traidores e assassinos! — Vocês, que receberam a Lei, mas não a obedeceram!2

Incapazes de aguentar a dolorosa repreensão, o Conselho, e a multidão que seguia o rabino Saulo, que havia capturado Estevão, concordou que aquele herege devia ser apedrejado imediatamente.

Mas Estevão, cheio do Espírito Santo, levantou os olhos para o céu e viu a glória de Deus. Ele gritou:

— Vejo o céu aberto e o Filho do Homem de pé, à direita de Deus!3

Ao ouvir essas palavras, tanto o Conselho como a multidão taparam os ouvidos e, gritando bem alto, lançaram-se todos juntos contra Estevão. Eles então o arrastaram para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo.

E Saulo estava ali, consentindo na morte de Estevão, mas permaneceu às margens da multidão. Todos lançavam suas vestes e capas aos pés de Saulo para prepararem-se para jogar pedras em Estevão.

Para seu espanto, porém, o Sinédrio descobriu que a morte de Estevão não conseguiu intimidar nem diminuir as atividades dos cristãos. Eles continuaram crescendo e espalhando sua mensagem mais do que nunca. Não só o Conselho estava irado, mas o rabino Saulo também tornou-se obcecado com a ideia de exterminar os cristãos, e a perseguição contra eles tornou-se tão violenta que a maioria dos cristãos deixou Jerusalém.

Saulo, porém, sem se contentar em ter meramente afugentado a maioria deles da capital, continuou fazendo ameaças contra os discípulos. Ele até procurou o sumo sacerdote e lhe pediu cartas oficiais para as sinagogas em Damasco, na Síria, autorizando-o a levar cativo à Jerusalém quaisquer cristãos que fossem lá encontrados.

*

Anos mais tarde, Saulo escreveu confessando:

— Fiz muitas coisas contrárias ao nome de Jesus de Nazaré. Lancei muitos santos em prisões, tendo recebido autoridade dos sumos sacerdotes. Quando eram executados, levantava minha voz contra eles e os condenava! Puni-os em cada sinagoga, os levei a blasfemar; e com grande ira contra eles, persegui-os até mesmo em cidades estrangeiras.4

Certo dia, quando Saulo e a guarda do Templo que o acompanhavam viajavam a cavalo por uma estrada poeirenta para Damasco, algo inesperado e extraordinário aconteceu. Ao se aproximarem da cidade, uma luz muito forte, vinda do céu, brilhou sobre Saulo. Ele caiu do cavalo e ouviu uma voz lhe dizendo:

— Saulo, Saulo, por que você Me persegue?

Apesar de Saulo ter estudado as Escrituras e saber que Deus muitas vezes fala de maneira sobrenatural e chama Seus mensageiros e profetas, ele provavelmente nunca havia sonhado que algo assim aconteceria com ele!

Surpreso e morto de medo, Saulo deve ter se perguntado qual seria o significado daquela cegante e daquela voz. Se era verdadeiramente a voz de Deus, por que a pergunta: “Por que você Me persegue?” Com certeza Deus haveria de saber que ele estava em uma santa missão para Ele, perseguindo os inimigos de Deus, os membros de uma seita herege que seguiam um encrenqueiro chamado Jesus de Nazaré!

Saulo respondeu à voz bem alto, dizendo:

— Quem é Você, Senhor?

Foi então que veio a resposta que iria mudar a vida deste jovem fariseu radicalmente. A voz respondeu:

— Eu sou Jesus, a quem você persegue.

“Ai meu Deus, ai meu Deus!” pensou enquanto seus pensamentos estavam a mil. “Jesus! Jesus é o Senhor! Jesus é o Messias! Meu Deus! O que foi que eu fiz? Tenha misericórdia de mim, Senhor!”

Saulo tremeu e chorou ao voltar a responder àquela voz:

— Senhor, o que Você quer que eu faça?

— Levante-se e vá até a cidade — respondeu o Senhor. — E lhe será dito o que deve fazer.

Saulo pôs-se de pé, mas quando abriu os olhos, não conseguia enxergar nada. Estava cego. Seus companheiros o guiaram pela mão até a cidade de Damasco, onde ele permaneceu por três dias sem ver.

O outrora grande e orgulhoso Fariseu, o Rabino Saulo, tinha sido abatido sobrenaturalmente e caído do seu cavalo, tudo pelo próprio Jesus Cristo. Ele estava tão abalado com a sucessão de eventos dramáticos que não conseguiu comer nem beber nada, mas ficou de cama, ponderando, orando e esperando para Deus lhe revelar mais coisas.

Três dias depois, o Senhor falou a um discípulo em Damasco chamado Ananias, dizendo:

— Levante-se e vá até a casa onde está Saulo de Tarso. Ponha suas mãos sobre ele e ore para que recobre a visão!

— Mas, Senhor, — respondeu Ananias — eu ouvi de muitos acerca deste homem, quantos males tem feito aos Seus filhos em Jerusalém. E que ele tem poder dos principais sacerdotes para prender a todos os que invocam o Seu nome!

— Obedeça-Me e vá até ele, — disse o Senhor — por que ele é um vaso escolhido para levar o Meu nome a muitos!

Hesitante, Ananias obedeceu. Ao entrar no quarto onde se encontrava o rabino deitado, o saudou dizendo:

— Irmão Saulo.

Saulo ficou estupefato. Ele já havia se deparado com muitos cristãos, mas nenhum jamais havia chamado seu perseguidor sem coração de “irmão.”

Ao ver o estado deplorável no qual se encontrava aquele antigo atormentador de seu povo, Ananias sentiu compaixão dele e disse:

— Saulo, o Senhor Jesus, que apareceu para você no caminho por onde vinha, me enviou, para que torne a ver e seja cheio do Espírito Santo!

Ananias então impôs as mãos sobre os olhos de Saulo e orou, e os olhos de Saulo foram imediatamente curados, e ele se levantou, comeu e foi fortalecido.

Após passar apenas alguns dias com os discípulos em Damasco, a Bíblia nos diz que Saulo, que havia mudado seu nome para Paulo, começou a pregar nas sinagogas imediatamente, dizendo que Jesus é o Filho de Deus. Todos os que o ouviam ficavam impressionados e diziam:

— Não é este o que em Jerusalém perseguia os que invocavam o nome de Jesus? E ele não veio aqui para prender os cristãos?

Paulo, portanto, cresceu em força e confundiu os judeus que viviam em Damasco, provando que Jesus era verdadeiramente o Messias! E assim o ministério emocionante do apóstolo Paulo foi lançado!


Referências:

1 Atos 5:28–42

2 Atos 7:51–53

3 Atos 7:56

4 Atos 26:9–11

Adaptação de Tesouros © 1987. Ilustrado por Yoko e Y.M. Design de Roy Evans.
Uma Produção My Wonder Studio. Copyright © 2022 A Família Internacional.

Uma Aventura da Bíblia: Salvação para um Trapaceiro

MP3: A Bible Adventure: Salvation for a Swindler (English)
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Uma releitura de Lucas 19:1–10

Ao contrário do que algumas pessoas pensam, Jesus não é contra riquezas, especialmente quando aqueles que as possuem fazem bom uso dela. Hoje em dia, sempre que se fala em abastança em relação à Bíblia, muitas pessoas só lembram da história do jovem rico que foi embora triste depois que Jesus o admoestou a dividir sua riqueza com os pobres.1 Mas você já ouviu sobre o encontro de Jesus com um certo homem rico de Jericó?

Zaqueu era uma personagem infame, principalmente quando comparado a muitos devotos que andavam pelas ruas de sua cidade. Era um rico coletor de impostos, uma figura que os judeus consideravam os piores pecadores. Eram bem conhecidos por extorquirem e roubarem os pobres. Alám disso eram considerados traidores de seus irmãos judeus, visto que trabalhavam para o tão desprezado governo romano — também guardavam parte dos ganhos para si.

Certo dia, porém, algo mudou o coração de Zaqueu. Ele já tinha ouvido falar de Jesus e de Seus muitos milagres, e ficou fascinado com a Sua reputação de ser amigo de pecadores. Na verdade, um dos discípulos de Jesus, Mateus, também fora cobrador de impostos em Nazaré.

Há tempos Zaqueu queria conhecer o carpinteiro que havia se tornado profeta.

“Como um homem aparentemente tão religioso pode ser amigo de gente como eu,” indagou-se, “sendo que os sacerdotes, e até mesmo muitas pessoas da minha cidade cospem quando se faz menção de meu nome? Será que Jesus seria meu amigo?”

Zaqueu não tinha amigos verdadeiros fora da sua família direta, e começou a ficar insatisfeito ao perceber que requer mais do que riquezas para se ter verdadeiro contentamento. Afinal de contas, ele tinha uma linda casa e um emprego estável, mas faltava algo em sua vida, apesar de não estar muito certo do que seria.

Foi então que certo dia Jesus passou por Jericó. Quando Zaqueu ouviu que Ele estava na cidade, fechou seu escritório e correu para vê-lO. Uma grande multidão cercava Jesus e movia-se lentamente pela estrada, mas o pobre Zaqueu era baixinho e não conseguia ver nada. Ele observou que lá longe, à frente de todos, tinha um sicômoro enorme. Sem pensar na opinião alheia, ele correu na frente de todo o mundo e subiu na árvore para ver Jesus.

Quando Jesus Se aproximou da árvore, olhou para cima.

— Zaqueu! — chamou. — Desça daí, Eu hoje vou ficar em sua casa!

Zaqueu ficou chocado! Como é que Jesus sabia seu nome? Além disso, o Senhor queria ficar na casa dele! Zaqueu desceu da árvore. Era difícil acreditar que não fosse um engano. Entretanto, ao perceber que Jesus falava sério, Zaqueu, muito feliz, O levou até sua casa.

Ao chegarem, a multidão que os seguia permaneceu do lado de fora, queixando-se indignada.

— O que é isso? Jesus foi Se hospedar na casa de um pecador! Como é que Ele vem à nossa linda cidade, um centro de treinamento religioso, e escolhe ficar com gente dessa laia?!

Jesus, porém, atentou para o coração de Zaqueu e viu sua fome de amor, compreensão e aceitação.

— Senhor, — declarou Zaqueu. — Decidi dar aos pobres metade dos meus bens, e àqueles a quem trapaceei ou de quem me aproveitei, prometo devolver quatro vezes mais do que peguei deles.

Lá estava um homem que vivia luxuosa e egoisticamente, mas que, depois de conhecer Jesus e ouvir Suas palavras, teve uma mudança dramática. Durante aquele encontro, Zaqueu descobriu que riqueza não é importante, a menos que seja dividida com outros. Pela primeira vez em sua vida sentiu que entendia o significado de amar e dar.

— Hoje a salvação veio a esta casa — exclamou Jesus alto o bastante para a multidão lá fora ouvir. — Pois o Filho do Homem veio buscar e salvar aquele que estava perdido!

Ora, não importava quão ruim Zaqueu havia sido. O amor de Deus era grande o suficiente para perdoar-lhe. Este incidente marcou o começo de uma nova vida para Zaqueu. Ele não era mais indiferente aos outros e ao mundo ao seu redor. Agora, em vez de tratar as pessoas como meras oportunidades para ganho próprio, ele passou a usar sua riqueza para benefício dos necessitados. Descobriu que ser generoso lhe dava satisfação. Aprendeu a verdade das palavras de Jesus: “Dê e lhe será dado, boa medida, recalcada e sacudida!”2


Referências:

1 Lucas 18:18-25

2 Lucas 6:38

Adaptado do Tesouros © 1987. Ilustrado por Yoko e Y.M. Design de Roy Evans.
Uma produção My Wonder Studio. Copyright © 2022 A Família Internacional.

Uma Aventura da Bíblia: A Grande Fé de um Soldado

MP3: A Bible Adventure: A Soldier’s Great Faith (English)
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Uma Dramatização de Lucas 7:1-10 e Mateus 8:5-13

Na cidade de Cafernaum, em Israel, vivia um centurião romano responsável por uma guarnição de cem soldados. Ele e seus homens vigiavam Jesus desde que Ele começara Sua obra na cidade, pois estavam incumbidos de garantir que este homem da Galileia não fazia nem dizia nada para incitar uma revolta contra Roma.

Mas, depois de ouvir Jesus pregar, o centurião começou a respeitá-lo, percebendo que o reino que Ele proclamava não era uma ameaça para Roma. E que esta, apesar de todo seu poder e grandeza, poderia se beneficiar dos Seus ensinamentos sobre amor.

Um dia, um servo que o centurião amava muito, ficou doente com paralisia, e o centurião imediatamente pensou em tudo o que Jesus tinha feito pelos enfermos.

Ele se interrogou se Jesus poderia curar o seu servo.

Contudo, como é que Ele sendo romano, abordaria um judeu para pedir ajuda, numa época quando a maioria dos judeus desprezava o exército de César? E será que Jesus, conhecido por Sua compaixão, estaria disposto a quebrar a barreira da Sua própria raça e estender a mão para ajudar alguém com quem os judeus tinham divergências?

“Pelo menos acho que posso chamar alguns anciões judeus”, pensou o centurião, “homens respeitáveis com quem tenho tratado, e eles podem falar com Jesus por mim.”

Esses anciões judeus, que deviam muitos favores ao centurião, comunicaram a Jesus o pedido do centurião pela cura do seu servo.

— Este homem é realmente merecedor da Sua ajuda — disseram. — Ele ama a nossa nação e até ajudou pessoalmente a financiar a construção da nossa sinagoga.

Jesus concordou em ir, mas quando já estava próximo da casa do centurião, este mandou um recado que manifestava seu respeito pelo poder que Jesus demonstrara através dos muitos milagres que havia realizado.

“Senhor, não te incomodes, porque não sou digno que entres na minha casa”, disse. “Diz porém uma palavra e o meu servo será curado. Porque eu também sou homem de autoridade, com soldados sob o meu comando, e digo a um ‘vai’ e ele vai, e a outro ‘vem’ e ele vem. E se digo ao meu servo ‘Faz isto’, e ele faz.

Quando Jesus ouviu estas palavras, ficou maravilhado, e declarou para os que O seguiam:

— Nem mesmo em Israel encontrei tanta fé!

Então Jesus, satisfeito com a fé do centurião, disse:

— Pois te seja feito exatamente como creste!

A Bíblia diz que no exato momento em que Jesus elogiou o centurião pela sua grande fé, o seu servo foi curado.

Imaginem ele encontrar o seu servo feliz e completamente curado, e lhe dizer que podia agradecer a Deus, que fizera o milagre através de Jesus de Nazaré!

Estas coisas ainda acontecem hoje em dia àqueles que acreditam que Deus cumpre o que promete. Deus opera poderosamente com aqueles que confiam nEle. “Eu sou o Senhor, Eu não mudo!” E “Jesus Cristo é o mesmo ontem, homem e para sempre.” “Se você acredita, tudo é possível ao que crê!”

Adaptado do Tesouros © 1987. Ilustração de Yoko e Yasushi. Design de Roy Evans.
Uma Produção My Wonder Studio. Copyright © 2022 A Família Internacional.

Uma Aventura da Bíblia: A Transformação de Pedro

MP3: A Bible Adventure: Peter’s Transformation (English)
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Uma dramatização de Mateus 26, Lucas 22, e Atos 2

Um dos personagens mais originais de toda a Bíblia é Simão Barjonas, mais conhecido nos dias de hoje como o apóstolo Pedro. Ele era um pescador inculto e rude, sempre cheio de energia e dinamismo.

Durante os primeiros anos da liderança e ensinamento pessoal de Cristo, Pedro muitas vezes forçava suas opiniões. Sem dúvida o mais extrovertido dos doze apóstolos, parecia que Pedro sempre falava impulsivamente o que pensava. Mas, aparentemente, o fato de se apoiar na sua auto confiança o atrapalhava e fazia cometer erros a maior parte das vezes.

Contudo, depois de ter seguido Jesus por três anos inteiros, Pedro teve uma mudança dramática e é sobre esta transformação que fala esta história. Começa nos últimos anos do ministério de Jesus na terra, na última ceia que Ele comeu com os Seus discípulos, apenas algumas horas antes de ter sido preso e da Sua crucificação.

Consciente de que em breve seria morto pelos pecados do mundo, Jesus olhou em redor para os Seus discípulos e disse:

— Esta noite todos vocês se escandalizarão e me abandonarão, porque está escrito: ferirei o pastor e as ovelhas do rebanho se dispersarão.1

Ao ouvir isto, e se superestimando, Pedro proclamou com ousadia:

— Ainda que todos O desertem, eu não farei isso!

— Eu lhe digo que antes que o galo cante, você Me terá negado três vezes,2 — respondeu Jesus mansamente.

Mas Pedro insistiu:

— Senhor, estou pronto para segui-lO tanto para a prisão como para a morte!3

Contudo, nessa noite, quando Jesus estava no Jardim de Getsêmane com Seus discípulos, um grupo de guardas do templo, enviados pelos principais sacerdotes e anciãos, vieram junto com uma multidão de pessoas, empunhando espadas, paus e tochas. Agarraram Jesus e todos os discípulos fugiram com medo.

Enquanto Jesus estava sendo levado para o palácio do sumo sacerdote, Pedro, tentando recuperar sua coragem, seguia-os à distância. Na porta do palácio, uma mulher notou aquele personagem nervoso e, olhando desconfiadamente para Pedro, perguntou:

— Você não é um dos discípulos deste homem?

— Não! Não sou não! — e afastou se para onde os outros estavam se aquecendo perto de uma fogueira que os guardas haviam feito.

— Este sujeito também estava com Jesus de Nazaré — declarou outra mulher para os homens ali por perto. — Ele é um deles!

— Eu não conheço esse homem! — jurou Pedro diante deles.

De repente, outro homem que estava presente quando Jesus foi capturado, apontou para Pedro e perguntou em voz alta:

— Eu não vi você com ele, no Jardim de Getsêmane? — outras pessoas da multidão confirmaram a alegação, dizendo:

— É claro que você é um deles! Pelo sotaque dá para vermos que você é Galileu!

Em resposta, Pedro começou a jurar e praguejar, insistindo que não sabia do que estavam falando, nem sabia nada a respeito daquele homem.4

Mal ele tinha terminado de o negar, o galo começou a cantar. Enquanto Seus captores O levavam para outra parte do palácio, Jesus virou-se e olhou para Pedro, que imediatamente se lembrou das palavras do Seu Mestre: “Antes que o galo cante, você Me negará três vezes”.

Quando percebeu o que havia feito, Pedro dirigiu-se para a porta cambaleando e ali, em um beco escuro por baixo das muralhas de Jerusalém, prostrou-se no chão e chorou amargamente.5

Felizmente, a nossa história não termina em derrota. Três dias depois, Jesus ressuscitou triunfantemente dos mortos! Enquanto isso, Seus discípulos estavam todos amontoados e escondidos em um pequeno cômodo. Mas Jesus sabia do seu esconderijo, claro, e apareceu para eles. Nos quarenta dias que se seguiram, Ele os visitou e caminhou frequentemente com os Seus discípulos, para os encorajar e lhes explicar o que queria que fizessem quando Ele fosse embora. No quadragésimo dia, justamente antes de ascender ao Céu, Ele pediu aos discípulos para voltarem para Jerusalém, e disse-lhes:

— Esperem pela promessa do Pai, até que do Alto vocês fiquem revestidos de poder! Porque receberão o poder do Espírito Santo que há de vir sobre vocês e serão Minhas testemunhas.”6

Os apóstolos regressaram a Jerusalém e, com um número superior a 120 outros discípulos, com suas esposas e filhos, eles esperaram e oraram juntos em um cenáculo, em obediência ao último mandamento de Jesus antes de partir.

Dez dias depois, um som semelhante ao de um vento fortíssimo encheu a casa e eles viram línguas de fogo aparecerem e pousarem sobre a cabeça de cada um deles. Todos eles então foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas conforme o Espírito lhes concedia que falassem.7

Era isso que eles estavam esperando, a força sobrenatural de Deus que lhes possibilitaria continuarem o trabalho de Jesus, agora que Ele havia partido. E Pedro, com o coração e vida transformados pelo Espírito Santo de Deus, iria conduzir os discípulos em uma das aventuras de testificação mais fantásticas registradas no Novo Testamento.

Depois Pedro pulou nos degraus de um edifício próximo, levantou as mãos e gritou para a multidão, fazendo com que todos se calassem. Ele falou com eles com tanta autoridade e convicção que um número impressionante de 3.000 pessoas não só ficaram salvas, mas também assumiram nesse dia o compromisso de seguir a Deus como Seus discípulos.

Pedro tinha mudado. O homem que havia sido tão covarde depois de Jesus ter sido preso, que O negou três vezes, agora estava ali na frente de multidões, na mesma cidade onde Jesus fora crucificado, proclamando destemidamente a mensagem de Deus. O que causou essa transformação? O poder e a força do Espírito Santo. Como Deus havia prometido, eles receberam poder depois que o Espírito Santo desceu sobre eles.

Pedro passou por uma grande prova quando negou Jesus, mas não havia tempo para remorsos. Estava acontecendo uma tremenda explosão de testificação e de ganhar outros para o reino de Deus, e Deus estava usando-o de maneiras que ele nem imaginava ser possível. Outrora ele era impulsivo e parecia dizer sempre a coisa errada na hora errada, mas agora estava fortalecendo seus irmãos, exatamente como Jesus tinha orado que ele fizesse.8

Os discípulos estavam maravilhados de ver Deus fazer tantos milagres através deles. Apesar de todos terem abandonado Jesus na Sua hora mais crítica, sabiam que Jesus ainda os amava, e agora estavam passando por um fortalecimento da fé que era maior do que quando Jesus estava no meio deles.

Contudo, parecia que Jesus não estava mais ausente, mas sim mais próximo do que nunca. Eles se lembraram das palavras que lhes havia dito: “É preciso que eu vá, porque se Eu não for, o Consolador, que é o Espírito Santo, não poderá vir a vocês. Agora, o Espírito vive com vocês, mas depois ele estará dentro de vocês! E quem acredita em Mim, também fará as obras que Eu faço, e obras maiores do que essas farão, porque Eu vou para o Meu Pai!”9

Pouco tempo depois daquele dia incrível em que ganharam mais de 3.000 novos convertidos, Pedro e João, bem na frente da multidão assombrada, curaram instantaneamente um homem que era manco de nascença. Quando Pedro se dirigiu à multidão, mais 5.000 se juntaram aos discípulos, aumentando seu número para mais de 8.000 homens, sem contar as mulheres e as crianças. Essas eram realmente as “maiores obras” que Jesus tinha falado. Como era possível? Por que Jesus não estava mais só com eles, mas o Seu poder, ensinamentos e sabedoria estava dentro deles através do Espírito Santo.

Nos dias que se seguiram, Pedro e João tiveram que enfrentar uma onda de perseguição dos mesmos líderes religiosos que crucificaram o seu Salvador, mas desta vez sem medo, covardia ou negação. Pedro ficou diante dos seus conselhos, testificando com tanta coragem e autoridade do Espírito, que a Bíblia diz: “Quando viram a coragem de Pedro e João, e informados de que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se e reconheceram que haviam estado com Jesus”.10

Por que é que as pessoas se maravilhavam? Por que viam neles o mesmo poder que Jesus tinha quando esteve na terra.


Referências:

1 Mateus 26:31; Zacarias 13:7

2 Mateus 26:31–35

3 Lucas 22:33

4 Marcos 14:70–71

5 Lucas 22:59–62

6 Lucas 24:49 e Atos 1:8

7 Atos 2:2–4

8 Lucas 22:32

9 João 14:12,16,17; 16:7

10 Atos 4:13

Adaptado do Tesouros © 1987. Lido por Jeremy. Ilustração de Yoko e Y.M. Design de Roy Evans.
Uma produção My Wonder Studio. Copyright © 2022 por A Família Internacional.

Uma Aventura da Bíblia: Samuel—Uma Criança Vinda do Céu

MP3: A Bible Adventure: Samuel—A Child from Heaven (English)
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Uma dramatização de 1 Samuel 1

Mais ou menos trezentos anos depois que os filhos de Israel haviam conquistado a Terra Prometida, o Tabernáculo — que Moisés havia construído no deserto — encontrava-se na cidade de Siló, cerca de quarenta quilômetros a norte de Jerusalém. A cidade continuava sendo o centro de adoração para o povo de Israel, e todos os anos os fiéis vinham de todos os lugares trazendo seus bois, cabras e cordeiros para sacrificarem no altar do Senhor.

Havia um homem chamado Elcana, que morava na cidadezinha montanhosa de Ramá, e suas duas esposas: Ana e Penina. Penina tinha vários filhos e filhas, mas Ana não tinha nenhum.

Uma vez no ano, Elcana e sua família viajavam de Ramá para adorarem e sacrificarem ao Senhor em Siló. Depois de sacrificar um bezerro, Elcana o deixava no fogo do altar até que toda a gordura tivesse queimado, conforme o costume judaico. Depois ele pegava a carne e a fervia nas panelas do Tabenáculo. A maior parte da carne era então dada aos pobres, mas as partes selecionadas eram sempre dadas aos sacerdotes do Senhor. E a família que oferecia o sacrifício também pegava a quantidade de carne que precisasse para as refeições do dia.

Em uma dessas ocasiões, as esposas e filhos de Elcana estavam sentados perto do Tabernáculo e foi servida a refeição quando ele trouxe a carne em um grande caldeirão fumegante de bronze. Comer a carne dedicada ao Senhor era um acontecimento muito especial, pois simbolizava que estavam partilhando das abundantes bênçãos do Senhor.

Como sempre fazia todos os anos, Elcana deu uma porção da carne para sua esposa Penina e uma porção para cada um de seus filhos e filhas. Todos sabiam que as crianças são as maiores bênçãos do Senhor, então esse era sempre o auge para Penina.

Ana não tinha dado nenhum filho a Elcana, mas apesar disso ele a amava profundamente. Então, em vez de lhe dar apenas uma porção de carne, Elcana sempre lhe dava uma porção dupla.

Penina, com inveja dessa demonstração de afeto de Elcana, olhava Ana com desdém. Quando Elcana se levantou para devolver o caldeirão de bronze ao Tabernáculo, Penina começou a fazer comentários.

—Que pena o Senhor não ter lhe dado nenhum filho, Ana! — disse ela numa voz meiga que escondia seus verdadeiros sentimentos. — Mas acho que, na Sua infinita sabedoria, Ele sabia que você não tinha o que precisava para ser mãe.

—Por favor, Penina, não vamos falar disso de novo este ano — disse Ana.

—Desculpe, não queria magoá-la. Apenas estou agradecida a Deus por ter me abençoado com tantos filhos.

—Mas Elcana me ama tanto quanto ama você — respondeu Ana com tristeza, olhando para o chão.

—Tem certeza? — perguntou Penina confusa. — Talvez ele tenha apenas pena de você, como eu, porque nunca conhecerá a satisfação de ser mãe: ter filhos que a adoram e respeitam. Do mesmo jeito que eu nunca saberei como deve ser, desculpe falar tão abertamente... estéril.

Ana, que ficara ali sentada, com lágrimas quase escorrendo pelo rosto, ao ouvir o último comentário de Penina, deu um grito, levantou-se e saiu correndo. Elcana estava voltando da tenda do Tabernáculo quando viu Ana correndo e chorando, e foi rapidamente atrás dela.

Ao alcançá-la, ele a tomou nos braços.

—Por que você está chorando, Ana? — perguntou ternamente. — Por que não quer comer?!

—Todos os anos é a mesma coisa! — respondeu Ana. — Penina não para de me provocar e constantemente me condena pelo fato do Senhor ter me feito estéril e sem filhos!

—Mas Ana — disse Elcana — eu te amo muito! Isso não basta? Será que eu não valho mais para você do que dez filhos?

Elcana tentou persuadir Ana a voltar e comer, mas ela sentia um aperto no estômago. Então, pediu licença e foi para a tenda do Tabernáculo. Não havia ninguém lá a não ser o sacerdote do Senhor, um senhor chamado Eli, sentado numa cadeira à porta da grande tenda!

Ana estava com o coração tão quebrado, que nem conseguia falar em voz alta, e fez o seguinte voto no seu coração: “Ó, Senhor, se Você reconhecer a minha aflição e me der um filho, então eu o devolverei a Você para o resto de sua vida!”

Depois de ter orado por muito tempo, Eli notou que ela não estava falando, sua boca porém se movia, e seu rosto estava contorcido de angústia.

—Até quando você vai ficar aí dando mostras da sua embriaguez? — disse ele! — Saia dessa embriaguez!

Virando-se para Eli com lágrimas correndo pelo rosto, Ana disse: “Não é isso, meu senhor! Eu não bebi vinho. Estou profundamente atribulada e na minha grande tristeza e dor estava desnudando a minha alma perante o Senhor!”

Envergonhado das suas palavras ásperas, Eli a consolou dizendo:

—Vá em paz, e que Deus lhe conceda o seu pedido.

Ana agradeceu ao velho sacerdote, e voltou ao lugar onde estavam Elcana, Penina e as crianças comendo. Alegre, ela sentou-se e comeu, e seu semblante já não estava triste.

Na manhã seguinte, voltaram para sua casa em Ramá.

Pouco tempo depois, Ana concebeu e deu à luz um menino. Ela lhe deu o nome de “Samuel”, que significa “o que foi pedido ao Senhor”. Como ela ficou feliz em ter um filho!

No ano seguinte, quando Elcana subiu com toda a sua família para oferecer o sacrifício anual ao Senhor, Ana não foi. Ela disse:

—Depois que o menino for desmamado, eu o levarei e o darei ao Senhor, e ele ficará lá para sempre.

—Faça o que você achar melhor — disse Elcana. —Só certifique-se de cumprir as suas boas intenções!

Então Ana ficou em casa e cuidou do filho. Quando ele tinha uns quatro anos de idade, ela o levou consigo para Siló. Lá ela apresentou a criança a Eli.

—Eu orei por esta criança, e o Senhor a deu para mim — disse a Elias — de modo que agora eu, em troca, a dou ao Senhor. Ele será dedicado ao Senhor para o resto de sua vida.

Eli então abençoou Elcana e Ana, dizendo:

—Que o Senhor lhe dê filhos com esta mulher para substituir o que vocês deram ao Senhor.

E o Senhor foi bom para com Ana; ela concebeu e deu à luz três filhos e duas filhas!

Todos os anos, sua mãe Ana fazia um casaco novo e o levava para ele, quando ia com o marido para o sacrifício anual.

Samuel cresceu servindo ao Senhor, e se tornou um dos maiores profetas e juízes da História de Israel!

Adaptado do Tesouros © 1987. Design de Roy Evans.
Uma produção My Wonder Studio. Copyright © 2022 por A Família Internacional.

Uma Aventura da Bíblia: Façanhas de um Futuro Rei

MP3: A Bible Adventure: Exploits of a King-to-Be (English)
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Uma dramatização de 1 Samuel 29–30

Ver “Um Desafio Gigantesco” e “Como Vencer um Inimigo”, outras histórias da vida do rei Davi.

Durante o tempo que Davi passou exilado e o rei Saul procurava matá-lo, ele e seus homens foram forçados a viver nas terras do rei filisteu Aquis, inimigo de Israel. Davi prometeu lealdade a Aquis em troca de um lugar onde habitar, e uma vez que Aquis sabia que o rei Saul era inimigo de Davi, deu-lhe a pequena cidade de Ziclague. Depois de vaguearem por muitos lugares, Davi e seus seguidores finalmente encontraram um lar temporário.

Os Filisteus e Israel entraram em guerra novamente, e esperava-se que o rei Arquis usasse todos os seus homens capazes, inclusive os de Davi, para lutar contra Israel. Isso colocou Davi e seus homens em uma posição difícil; como iriam lutar contra o seu próprio povo e parentes?

No dia que todos os soldados se reuniram para atacar, e os senhores dos filisteus avançavam com centenas e milhares, Davi e seus soldados iam na retaguarda com o rei Aquis.

—O que é que esses soldados hebreus estão fazendo nas nossas fileiras? — perguntou um príncipe filisteu ao rei Aquis, quando perceberam os seiscentos israelitas junto com o exército filisteu.

—Davi e seu exército têm sido leais a mim — respondeu o rei Aquis — e não tenho encontrado falta nenhuma neles.

—Não permita que lutem conosco — disse o outro comandante. — Poderiam se virar contra nós no meio da batalha. Não haveria melhor maneira de voltar a ganhar o favor do rei Saul. Não foi de Davi que as mulheres cantaram ‘Saul feriu seus milhares e Davi suas dezenas de milhares?’

Por fim, Aquis concordou.

—Eu ficaria muito feliz se você e seus homens lutassem do meu lado — disse para Davi. — Para mim vocês têm sido bons como anjos de Deus, mas os príncipes dos filisteus não querem que lutem conosco nesta batalha. Podem voltar para casa.

Então, Davi e seus homens voltaram para casa, bastante agradecidos por não terem que enfrentar o seu próprio povo na batalha. Mas quando retornaram a Ziclague, descobriram para seu horror que a cidade havia sido totalmente incendiada! Enquanto os homens estavam fora, os amalequitas tinham saqueado a cidade e levado as mulheres e as crianças, assim como tudo que Davi e seus homens possuíam.

—Nunca devíamos ter ido — disse um dos homens — o rei Aquis não merece a nossa lealdade.

—Se tivéssemos ficado aqui, não teria acontecido nada disto — disse outro.

—A culpa é de Davi — disse o mais irado. Alguns até falaram de apedrejá-lo.

Ao ouvir a angústia e clamores de rebelião de seus homens, ao mesmo tempo que batalhava com a dor de saber que suas duas esposas tinham sido capturadas, Davi clamou ao Senhor para que o guiasse.

—Devo perseguir a tropa que nos assaltou?

—Persegue-os — respondeu Deus. —Tu os alcançarás e certamente tudo recuperarás.

Davi reuniu seus homens e foi atrás dos amalequitas. Eles se esforçaram tanto que quando chegaram ao ribeiro de Besor duzentos deles estavam cansados demais para continuar avançando. Portanto ficaram ali perto do ribeiro com a bagagem, e o resto da tropa continuou apressadamente.

Por acaso, encontraram um moço egípcio deitado no chão, doente e morrendo de fome. Era servo de um amalequita que tinha atacado Ziclague e que adoeceu quando estavam retornando. O seu senhor o tinha abandonado, então os homens de Davi lhe deram figos e passas e logo ele estava se sentindo melhor para falar.

Em agradecimento por Davi prometer que não o mataria nem devolveria ao seu senhor, o moço mostrou a Davi em que direção os amalequitas haviam seguido, e logo os quatrocentos homens de Davi estavam de novo a caminho.

Nessa noite, eles alcançaram o inimigo e encontraram os amalequitas espalhados, comendo, bebendo, dançando e comemorando pelo ótimo despojo que tinham capturado dos filisteus e da terra de Judá. No meio dos soldados bêbados, Davi e seus homens viram suas esposas e filhos amarrados e acorrentados.

Davi deu ordem para atacarem, e os quatrocentos soldados correram para socorrer seus amados. Lutaram do nascer até o pôr do sol, e venceram, recuperando assim tudo que lhes tinha sido tirado, inclusive o seu gado. Esposas se reuniram aos maridos e crianças aos pais. Davi e seus homens também pegaram o restante do saque dos amalequitas.

Apesar de estarem todos muito felizes, começaram uma discussão. Alguns homens egoístas e perversos que tinham lutado ao lado de Davi diziam que os que tinham ficado para trás não tinham direito a nenhuma parte do despojo dos amalequitas. Mas Davi discordou.

—Não podemos fazer isso com o que Deus nos deu — disse. Foi Deus que nos protegeu e entregou nossos inimigos na nossa mão. Deus nos deu estes despojos de vitória, e os que ficaram para trás com a bagagem receberão igual porção como a dos que foram para a batalha.

Ver “Heróis da Bíblia: O Rei Davi” para mais sobre este fascinante personagem da Bíblia.
Adaptado do GoodThots © 1987. Lido por Jeremy. Design de Roy Evans.
Uma produção My Wonder Studio. Copyright © 2022 por A Família Internacional.
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