“A virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamarão pelo nome de Emanuel, que quer dizer: Deus conosco.” (Mateus 1:23, ECA).
Imaginemos que eu começo a falar sobre alguma verdade ou virtude abstrata, como, por exemplo, heroísmo, sem usar nenhuma ilustração, analogia ou história. Que resultado vocês acham que isso daria?
Muito pouco, ou nada mais do que um certo assombro perturbador e atemorizante.
Mas se em vez de abordar o heroísmo de uma forma abstrata, eu incluir uma parábola ou conto de fadas ou contar a história de uma pessoa que demonstrou coragem, como David Livingstone ou Joana d’Arc, imediatamente se dá uma mudança nos ouvintes e a indiferença dá lugar ao interesse ávido.
Mas permitam-me que vá um pouco mais longe. E, se em vez de tecer essa virtude na vida de uma pessoa corajosa, eu fizer essa verdade renascer numa pessoa. E se eu produzir essa personalidade heroica, que leve uma vida heroica? Qual será o resultado? O mistério sem sentido resultante do conceito vago se tornará admiração e paixão, que desabrochará em amor. Quanto mais íntimo e real for o nosso relacionamento com a pessoa que amamos, mais bela será a nossa devoção.
Estão vendo agora como isto se aplica à revelação de Deus e nosso relacionamento com Ele? Qual era o nome dEle? “Eu sou o que sou.”
“Eu sou o que sou” é uma revelação que desperta espanto e temor. Não tem nada de palpável, nada em que possamos nos apoiar.
Ao invés de permanecer distante e vago para o Seu povo, Deus Se revelou através de experiências que resultaram em nomes mais definidos e definidores, os quais foram usados em músicas e histórias. Ele começou a ser conhecido como “Refúgio”, “Rocha”, “Torre” e “Escudo”. Passou a ser visto como o “Pastor” do homem, porque o Seu povo sentia que Ele os “pastoreava” na forma como lidava com ele.
E à medida que os traços do caráter de Deus iam emergindo, as influências que criavam no coração do homem iam ficando mais ricas e poderosas.
Eventualmente, Deus removeu o último vestígio de abstração. Ele não se limitou mais a ficar encorpado em lindos nomes, músicas e histórias. Ele tomou a forma de uma pessoa viva.
Imaginem o significado que essa revelação, na pessoa de Jesus, teve para aqueles judeus que se tornaram Seus discípulos. A essência da fé estava naquelas leis que nós chamamos de Dez Mandamentos. Mas quando Cristo apareceu, a primeira coisa que Ele fez foi acabar com aquele monte de envolturas. Ele jogou fora as tradições e gritou para o povo: “Quem crê em mim, crê, não somente em mim, mas também naquele que me enviou!”1
Jesus Cristo resgatou Deus daquela forma vaga e impessoal, das regulamentações e tradições mortas, e apresentou a imagem da glória eterna na sua pessoa. Deus não era mais uma lei opressora, mas uma pessoa maravilhosa, íntima e amorosa.
1 João 12:44.
Adaptado dos escritos de J. H. Jowett. Ilustrações de Jeremy. Design de Stefan Merour.Publicado pelo Meu Estúdio Maravilhoso. Copyright © 2014 por A Família Internacional