Levou várias horas para prepará-los para a viagem, pois havia 600 mil homens—sem contar mulheres e crianças.

Jemima, de quinze anos de idade, e sua família também levaram suas cabras e todo o seu gado, como o fizeram todas as outras famílias acompanhando a multidão de partida. Os hebreus haviam vivido no Egito por 430 anos, e agora Deus os estava guiando para outro lugar. Ele foi à frente, em uma coluna de nuvem durante o dia e uma coluna de fogo à noite, para que pudessem viajar sem parar. Por fim estavam livres do ímpio Faraó e seguiam rumo à Terra Prometida.

Todos esperavam ir direto a Canaã, uma jornada que deveria levar apenas poucos dias. Mas quando chegaram a um pequeno lugar chamado Etan, a menos de 250 quilômetros da fronteira de Canaã, Moisés deu ordens de que deveriam voltar para o sul e seguir pelo caminho do deserto pelo Mar Vermelho.

Todos ficaram surpresos, e até mesmo Jemima sabia o suficiente para exclamar: “Este não é o caminho para Canaã!”

Mas Deus tinha um propósito em guiar o Seu povo dessa maneira. Se eles tivessem ido direto a Canaã, teriam que passar pela terra dos filisteus, que teriam lutado contra eles. Deus sabia que se o Seu povo, recém libertado da escravidão, tivesse que travar uma guerra tão logo, ficaria desencorajado e voltaria para o Egito.

E assim foram eles, seguindo o que parecia ser a direção errada. Jemima e sua família observaram a coluna de nuvem o dia inteiro para ver se ela virava e ia aonde achavam que deveria ir. Mas, em vez disso, ela chegou lentamente às margens do Mar Vermelho. Ali, seguindo as instruções do Senhor, Moisés disse ao povo para montar acampamento para a noite e descansar.

De repente, um homem soou um alarme e apontou para trás, para o caminho que haviam acabado de percorrer. Em meio a uma nuvem de poeira via-se homens montados a cavalo e carros avançando em sua direção! Os egípcios!

Lá no Egito, quando Faraó e seus conselheiros perceberam que não podiam mais contar com o povo hebreu na sua força de trabalho, ficaram irados.

“O que foi que fizemos?” perguntaram. “Vamos pegá-los de volta!” E assim Faraó aprontou seu exército para uma guerra.

Quando os hebreus viram os carros se aproximando, perceberam que estavam encurralados. De um lado era o Mar Vermelho e do outro os egípcios que vinham no seu encalço.

Horrorizados, clamaram ao Senhor e começaram a reclamar para Moisés, “Foi por falta de túmulos no Egito que você nos trouxe para morrer no deserto? Antes sermos escravos dos egípcios do que morrermos no deserto!”

“Não tenham medo!” gritou Moisés para o povo. “Fiquem firmes e vejam o livramento que o Senhor lhes trará hoje, porque vocês nunca mais verão os egípcios que hoje veem. O Senhor lutará por vocês; tão somente acalmem-se.”

Enquanto Moisés falava, a coluna de nuvem mudou misteriosamente em direção aos egípcios que vinham a toda a velocidade e tornou-se uma barreira entre eles e os hebreus. A noite caiu, a nuvem trouxe uma densa escuridão sobre os egípcios enquando irradiava um brilho reconfortante no acampamento de Israel. O exército de Faraó foi impedido durante toda a noite de se aproximar.

Moisés saiu só, e ajoelhou-se em oração. Deus disse, “Fale aos filhos de Israel para que sigam adiante.”

Mas adiante para onde? Só havia um caminho, à frente, cruzar o Mar Vermelho!

Moisés estendeu a mão sobre o mar e durante toda a noite Deus separou o mar com um forte vento oriental, e as águas se dividiram. Um muro de água se formou à direita e à esquerda, e o leito do rio se abriu e tornou-se terra seca.

“Avante!” gritou Moisés.

“Avante!” gritaram os líderes de Israel, passando a palavra de comando. “Avante! Todos em frente!”

Deus não havia falhado! O escape havia chegado, e logo Jemima e sua família estavam seguindo milagrosamente por terra seca junto com milhares de pessoas e seus animais—vacas, burros, cabras e ovelhas, andando tão rápido quanto conseguiam.

Quando os israelitas encontraram caminho pelo mar, os cavaleiros e os carros de Faraó o seguiram, e também andaram no mar por terra seca. Mas Deus trouxe confusão ao exército egípcio. As rodas dos carros começaram a soltar, de forma que tinham dificuldade em conduzi-los. E os egípcios gritaram: “Vamos fugir dos israelitas. O Senhor está lutando por eles contra o Egito!”

Mas o Senhor disse a Moisés: “Estenda a mão sobre o mar para que as águas voltem sobre os egípcios, sobre os seus carros de guerra e sobre os seus cavaleiros.”

Moisés obedeceu e as águas voltaram e encobriram Faraó e seu exército. Ninguém sobreviveu!

Quando Israel viu o grande poder do Senhor contra os egípcios, o povo temeu ao Senhor e pôs nEle a sua confiança, como também em Moisés, seu servo.

Então Moisés e os israelitas entoaram este cântico ao Senhor:

O próprio Deus tinha intervindo e lutado pelos Seus filhos e conquistado uma vitória magnífica por eles!

Imagine o que teria acontecido se Moisés, o líder ungido de Deus, tivesse perdido as esperanças quando o povo começou a se queixar e a acusá-lo falsamente?

O que teria acontecido se em vez de estender o seu cajado sobre o mar em obediência ao mandamento de Deus, ele tivesse escolhido dar as costas, para satisfazer os desejos momentâneos de seu próprio povo, e também por medo das forças do inimigo que teriam que enfrentar? Teria sido uma história completamente diferente e com consequências desastrosas.

Contudo, Moisés depositou a sua confiança em Deus, e Deus não falhou.

Um verdadeiro homem de Deus sabe no que acredita e age de acordo, não importa o que os outros digam. O que lhe importa é o que sabe que precisa fazer, não o que outros lhe dizem. É impossível deter um homem de fé.

Veja mais sobre este fascinante personagem bíblico em “Heróis da Bíblia: Moisés”.

Referências:

¹ Êxodo 15:1-3, 9-10, NVI