Alguns, como Mordecai, conseguiram bons empregos no palácio, e outros se dedicaram a vários negócios por todo o país.

Sendo oficial do palácio real, Mordecai e outros servos reais, sentavam-se no portão real, perto da entrada do palácio, onde esperavam receber as incumbências do rei.

Uma noite, Mordecai chegou em casa com notícias alarmantes. A rainha Vasti havia sido banida e o palácio estava em alvoroço. Na noite anterior fora o grande encerramento de uma festa de sete dias que o rei Assuero havia feito para centenas dos seus principais nobres e governadores das 127 províncias do reino. Os convivas haviam bebido e desfrutado do espetacular entretenimento, e o rei, alegre com vinho, havia pedido que a rainha comparecesse usando a coroa real e exibisse sua beleza diante dele e dos ruidosos convidados. Mas a rainha Vasti havia se recusado.

O rei Assuero ficou enfurecido por sua ordem ter sido desacatada. Imediatamente se aconselhou com seus conselheiros de confiança e foi irrevogavelmente decretado em todas as províncias que Vasti jamais iria à presença do rei. Seu lugar seria ocupado por outra mulher.

O povo da Pérsia estava entusiasmadamente atarefado. O rei havia decidido procurar uma nova rainha! Foram organizados concursos de beleza em todas as províncias e a donzela mais formosa de cada lugar seria levada ao palácio do rei em Susã para ser analisada por ele. Belas jovens, oriundas da Índia até à Etiópia, começaram a chegar à Casa Real das Mulheres, onde passariam por meses de preparativos e tratamentos de beleza.

A minha encantadora Ester é mais linda e merecedora do que todas elas, pensava Mordecai quando via chegar cada uma. Deus certamente vai querer que ela seja rainha.

Quanto mais pensava no assunto, mais convencido ficava de que o destino de Ester era ser uma rainha judia na corte do rei Assuero. Quando chegou em casa nessa noite, Mordecai chamou Ester à parte e contou-lhe a sua revelação. A princípio Ester achou graça, mas ficou chocada ao ver que ele falava sério.

—Quem, eu? — disse ela rindo. — Mas pai, o rei certamente nunca escolheria uma garota judia para sua rainha!

Mas Mordecai estava tão seguro disso, que Ester concordou em acompanhá-lo ao palácio.

Quando chegaram, ele a apresentou a Hegai, o guarda das mulheres de maior confiança do rei, que ficou tão assombrado com a beleza de Ester que teve certeza que ela seria escolhida. Imediatamente incumbiu sete jovens do palácio de cuidarem dela e deu-lhe as melhores acomodações da Casa das Mulheres.

—Não diga para ninguém a sua nacionalidade ou de onde é sua família — Mordecai sussurrou para Ester, quando lhe deu um abraço de despedida. — Não devemos permitir que nada destrua suas chances de ser rainha.

Com o passar das semanas, Ester estava mais bela do que nunca, mas tinha ali muitas mulheres cujo único sonho era serem rainhas. Só por milagre seria escolhida acima de todas elas.

Quanto a Mordecai, ele esperava impacientemente notícias de sua preciosa filha adotiva. Tinha a certeza que o rei a escolheria. Mas se não escolhesse, o que seria dela? Será que permitiria que ela voltasse para casa? Muitas mulheres que haviam sido apresentadas ao rei, foram escolhidas para ser suas concubinas, casadas com o rei, mas só eram chamadas à sua presença se e quando ele desejasse chamá-las pelo nome. Na realidade, o mesmo aconteceria com a rainha, uma vez que ela viveria numa casa separada e só poderia visitar o rei quando ele a chamasse.

Cada jovem passou por doze meses de purificação antes de ter permissão para ir ao encontro do rei. Foi uma longa espera, mas Ester usou o tempo para preparar o seu coração para o que estaria pela frente. Quando chegou finalmente o dia de Ester se encontrar com o rei, Hegai perguntou-lhe o que gostaria de levar com ela. Antes de ir ao encontro do rei, cada moça podia pegar qualquer presente que quisesse da Casa das Mulheres. Apesar de Ester poder levar qualquer coisa que pedisse, como fizeram muitas das moças, ela apenas pediu o que Hegai recomendou.

Lá fora, Mordecai esperava poder ter um vislumbre de Ester enquanto caminhava da casa das mulheres para a sala do trono. As pessoas que estavam nos corredores ficaram surpresas quando ela apareceu. Muitas e belas jovens haviam passado por ali antes dela, mas Ester era diferente. Do seu interior radiava um encanto sem igual.

Quando o rei Assuero a viu, favoreceu-a acima de todas as outras mulheres, colocou a coroa real na sua cabeça e a fez sua rainha.

Enquanto estava ao lado do rei, Ester recordava sua vida como jovem.

Deus me guardou e protegeu todos esses anos, pensou. Mesmo quando não tinha mais pais e me sentia sozinha, e o futuro parecia mais sombrio do que nunca, Deus continuava tendo um plano para mim. Se Ele me protegeu então, certamente me ajudará agora, quando mais preciso dEle.

A coroação de Ester foi motivo para uma grande celebração. O reino não estava mais sem rainha. Mais feliz do que nunca, o rei Assuero ofereceu um magnífico banquete a todos os seus príncipes e oficiais em honra a Ester. Como gesto de generosidade para com o povo, o rei proclamou uma isenção de impostos especial em todas as províncias e distribuiu presentes com liberalidade real.

Pouco depois da coroação da jovem Ester, dois dos servos que guardavam a porta do palácio, Bigtan e Teres, indignados com o rei, fizeram uma conspiração para assassiná-lo.

Mordecai, o primo de Ester, que ficava assentado à porta do rei, ouviu seus sussurros traiçoeiros e imediatamente informou Ester, que por sua vez relatou isso ao rei, dando o mérito a Mordecai. Depois de uma investigação oficial que confirmou as intenções deles, os oficiais que queriam assassinar o rei foram presos e enforcados. Mas no meio de todo aquele tumulto, Mordecai foi esquecido, e não recebeu nenhum mérito por ter salvo a vida do rei.

Mais ou menos nessa época, o rei Assuero decidiu nomear para seu primeiro ministro Hamã, o agagita, homem orgulhoso e que só buscava se engrandecer.

Como Hamã tinha uma posição mais alta do que os outros oficiais, o rei Assuero havia decretado que, quando ele passasse pelo portão do rei, todos os presentes seriam obrigados a se curvar perante ele. Sendo judeu que acreditava em Deus, Mordecai não conseguia se inclinar perante nenhum homem, mesmo que fosse exigido por lei. Ele também sabia que, independente da sua posição, Hamã era uma pessoa orgulhosa e sem misericórdia.

Quando via Hamã passar, Mordecai continuava de pé e olhava em outra direção. Continuou fazendo isso, até que alguns oficiais do rei foram falar com ele.

—Por que você desobedece à ordem do rei? —perguntaram. — Todos devem se inclinar perante Hamã, e você não é exceção!

—Eu sou judeu — disse Mordecai — e só me inclino perante o meu Deus.

Dia após dia, tentaram convencer Mordecai a ceder, mas quando viram que não conseguiam convencê-lo, relataram a situação a Hamã. Quando este ficou sabendo que Mordecai recusara descaradamente obedecer ao decreto e que, ainda por cima ele era judeu, Hamã começou a maquinar uma forma de se vingar de Mordecai destruindo todos os judeus da face da terra.

Para se certificar que a sua maquinação ia ser bem sucedida, Hamã pediu para os sacerdotes dos deuses pagãos lançarem a sorte, segundo a sua superstição, para saber qual seria a melhor data para exterminar os judeus do Império Persa. Os sacerdotes lhe comunicaram que seria o dia treze do mês doze, que era o mês de Adar (13 de março, segundo o nosso calendário atual).

Em seguida, Hamã explicou o seu esquema ao rei Assuero.

—Existe uma certa raça de pessoas espalhadas por todas as províncias do rei — disse Hamã para o rei, evitando sutilmente fazer menção dos judeus — que têm leis diferentes das leis de qualquer outro país, e que não obedecem às leis do rei! Sendo assim, não convém ao rei tolerá-los. Se lhe agradar, ó rei, passe um decreto para que sejam destruídos.

Hamã continuou e se ofereceu para pagar ele mesmo todas as despesas, dizendo que daria 10 mil talentos de prata para os encarregados de cuidar dos interesses do rei.

O rei, que confiava grandemente no seu primeiro ministro, pegou o seu anel com o selo real e o entregou a Hamã.

—Essa prata te é dada — disse —assim como esse povo para fazeres com eles o que te agradar.

Hamã ficou feliz da vida. Seu plano estava se desenrolando melhor do que ele ousava esperar. Chamou os escribas do rei e pediu que preparassem um decreto em nome do rei Assuero. Hamã o selou com o carimbo do anel real e depois mandou-o para os governadores das 127 províncias. A ordem mandava destruir, matar e fazer perecer, todos os judeus tanto novos como velhos — inclusive crianças e mulheres — em um dia, 13 de março, e que se apossassem de todas as suas possessões e terras.

Depois que o decreto foi enviado, Hamã e o rei sentaram-se para fazer um brinde, felizes por estarem livres dos inimigos do império...

Quando Mordecai soube do decreto do rei, rasgou suas vestes, vestiu-se de pano de saco e cinzas e foi para o meio da cidade, gritando amargamente. Quando foi lido o decreto, podiam-se ver semelhantes cenas de tristeza por todo o império Medo-Persa. Houve grande tristeza em todas as cidades, jejum e choro entre os judeus, e muitos vestiram-se de pano de saco e cinzas. Até os cidadãos persas de Susã ficaram perplexos com o súbito, estranho e alarmante decreto.

Quando as jovens e eunucos de Ester lhe informaram como Mordecai estava transtornado, ela ficou muito triste. Sem saber a causa, enviou-os para que tirassem dele o pano de saco e lhe dessem roupas novas, mas ele recusou aceitar.

—Deve ter algo errado — disse ela a Hatá, um de seus eunucos — você precisa procurar Mordecai e descobrir o que está acontecendo.

Mordecai contou a Hatá tudo que estava acontecendo e sobre a soma de dinheiro que Hamã havia prometido dar para os tesouros do rei para que os judeus fossem destruídos. E deu a Hatá uma cópia do decreto oficial para ele mostrar para Ester.

Além desses fatos, Mordecai incumbiu Ester de suplicar ao rei pelo seu povo. Mas Ester mandou lhe dizer que não tinha como fazer aquilo.

—Todo mundo sabe que ninguém, nem mesmo a rainha, pode entrar no pátio interior do rei sem ser expressamente convidado — respondeu-lhe. É uma lei, e a penalidade por infringi-la é a morte. A única exceção é se o rei estender o seu cetro de ouro para que a vida da pessoa seja poupada. E há trinta dias o rei não me chama.

—Não pense que só porque você vive no palácio do rei, apenas você vai escapar — respondeu Mordecai a Ester. — Se não falar nada agora, socorro virá de outro lugar, mas você e sua família perecerão. E quem sabe se não foi para um momento como este que você veio ao reino?

Ester entendeu então por que ela, uma simples órfã, havia sido feita rainha. Todo tempo, esses eventos estavam no plano de Deus. Ele sabia que essa crise estava chegando e fez com que Ester fosse nomeada rainha para que pudesse ajudar a salvar o Seu povo. Realmente, ela tinha vindo ao reino para um momento como aquele.

Mais uma vez, ela enviou seu servo Hatá a Mordecai com uma resposta urgente, dizendo: “Junte todos os judeus que se encontram em Susã e jejuem por mim. Não comam nem bebam por três dias e três noites. Minhas donzelas e eu faremos o mesmo. Depois disso, irei procurar o rei, apesar de ser contra a lei. E se eu perecer, pereci!

Então Mordecai seguiu o seu caminho e fez como Ester lhe havia pedido.

Estava se aproximando o dia da rainha Ester ir ver o rei Assuero, e ela se perguntava o que poderia dizer para o rei mudar de ideias em relação a destruir o povo judeu. Ela sabia que os reis persas nunca alteravam seus decretos. Isso simplesmente não se fazia. Foi então que ela teve uma ideia.

Pediu às suas servas que preparassem um banquete na casa dela e depois, vestiu suas vestes reais e dirigiu-se à casa do rei.

Ao se aproximar do grande pátio do rei Assuero, ela sentiu muita confiança e foi serenamente para um lugar de onde o rei podia vê-la, e aguardou. Agradando-se de vê-la, o rei Assuero estendeu seu cetro de ouro e fez sinal para que se aproximasse.

—Qual é o seu pedido, rainha Ester? — disse o rei, quando ela se aproximou e tocou o cetro — Eu lhe daria até metade do meu reino.

—Se assim agradar ao rei — disse Ester — que o rei e Hamã venham hoje a um banquete que preparei.

—O rei logo mandou uma mensagem para Hamã fazer conforme o que a rainha havia pedido.

Nessa noite, o rei e o primeiro ministro participaram do banquete que Ester havia preparado. Então, no banquete de vinho, o rei voltou a perguntar qual era o pedido dela e prometeu lhe dar até mesmo metade do seu reino.

—A minha petição e o meu pedido — respondeu Ester — se eu alcancei favor aos olhos do rei, e se agradar ao rei me conceder esta petição, é que o rei venha ao banquete que prepararei amanhã, e então responderei à pergunta do rei.

O rei concordou, certamente muito curioso. Era claro que Ester tinha algo muito importante em mente. Mas era tarde e o rei estava cansado, então podia esperar até o dia seguinte.

Quanto a Hamã, estava deleitado. Isto é, até que passou pelo portão e viu Mordecai, que não se curvou nem mostrou o mínimo respeito pela sua presença. Hamã encheu-se de raiva. Contudo, conteve-se e apressou-se para chegar em casa e contar para sua esposa Zeres, e amigos mais íntimos, sobre toda a riqueza, favores e promoções que o rei havia lhe concedido.

—Além disso — disse jubiloso — a rainha Ester chamou apenas eu para ir com o rei no banquete dela. E amanhã estou convidado para jantar com ela de novo, novamente com o rei.

—Mas, disse ele tristemente e cheio de rancor — nada disso me dá satisfação enquanto vir Mordecai, o judeu, sentado à porta do rei.

Quando ele disse isso, Zeres e os seus amigos sugeriram que fosse construída uma forca de quinze metros e que no dia seguinte Hamã pedisse ao rei que Mordecai fosse enforcado.

—Depois pode ir feliz para o banquete com o rei.

A sugestão agradou a Hamã e ele mandou que a forca fosse construída.

Nessa noite, o rei Assuero não estava conseguindo dormir, então pediu que as crônicas do seu reino fossem lidas para ele. Nelas havia sido registrado que Mordecai tinha exposto a conspiração de Bigtan e Teres para assassinar o rei Assuero bem a tempo de salvar a vida do rei.

—Que honra e reconhecimento foram dados a Mordecai por isso? — perguntou o rei.

—Nenhum — responderam os moços que o serviam.

—Quem está no pátio? — perguntou o rei subitamente.

— Hamã — responderam.

Hamã havia entrado no pátio da casa do rei para pedir ao rei que Mordecai fosse enforcado na forca que havia preparado para ele.

—Deixai-o entrar — disse o rei.

—Diga-me — perguntou quando Hamã entrou — o que deveria ser feito por um homem que o rei gostaria de honrar?

—Para um homem que o rei gostaria de honrar — respondeu Hamã confiante, supondo que o rei falava exatamente dele — que sejam entregues os trajes reais, o cavalo que monta e a coroa real a um dos príncipes mais nobres do rei, e que vista com eles o homem que o rei deseja honrar.

—Depois esse príncipe mais nobre deve levá-lo a cavalo pelas ruas da cidade e proclamar: “Assim se faz ao homem que o rei deseja honrar!”

—Apresse-se então, Hamã — disse o rei. Leve o traje e o cavalo, como você disse, e faça isso a Mordecai, o judeu, que se assenta à porta do rei. Não esqueça nada do que você disse.

Hamã ficou boquiaberto, mas teve que obedecer. Mandou preparar os trajes do rei, a coroa e o cavalo real, como se o próprio rei Assuero os fosse usar, e ele mesmo teve que levar Mordecai pelas ruas da cidade e proclamar as bênçãos do rei.

Depois disso, Mordecai voltou para o portão do rei, mas Hamã correu para sua casa com a cabeça coberta. Aí ele contou para Zeres e seus amigos tudo que lhe havia sucedido.

—Mordecai é judeu! Isso não é bom para você — disseram seus conselheiros e esposa para Hamã quando ele regressou.

Enquanto se aconselhavam, chegaram os eunucos do rei apressadamente para o escoltarem ao banquete que a rainha Ester havia preparado.

—Qual é a sua petição, rainha Ester? — perguntou de novo o rei mais tarde quando estavam sentados no banquete de vinho. — Lhe será concedido. E qual é o seu pedido? Será executado, até mesmo a metade do meu reino.

—Se eu achei favor aos seus olhos, ó rei — respondeu Ester — e se agradar ao rei, seja poupada a minha vida, e a vida do meu povo.

—Porque eu e o meu povo seremos destruídos. Se fôssemos vendidos como escravos, talvez eu não dissesse nada; apesar de que o inimigo não poderia contrabalançar a perda que isso seria para o rei.

—Quem é esse inimigo? — quis saber o rei Assuero. — E onde se encontra quem planeja fazer isso?

—O adversário e inimigo é este perverso Hamã — disse Ester, apontando para Hamã, que estava ali sentado perplexo e tremendo na frente deles.

Enfurecido, o rei levantou-se do banquete de vinho e dirigiu-se para o jardim do palácio. Então Hamã se levantou e suplicou à rainha Ester que poupasse a sua vida, pois sabia que o rei já estava determinando o seu destino.

Quando o rei Assuero voltou do jardim do palácio viu que Hamã tinha se jogado em cima da cama onde Ester estava reclinada.

—Será que ele também quer violar a rainha na minha frente nesta casa? — vociferou o rei, e assim que ele falou os eunucos vieram e cobriram o rosto de Hamã.

Então Harbona, um dos eunucos do rei, questionou sobre a forca que Hamã tinha feito para Mordecai.

—Enforquem-no nela — disse o rei.

E foi assim que enforcaram Hamã na forca e a ira do rei se apaziguou.

Com a morte de Hamã, o rei tomou o anel que tinha tirado de Hamã e o deu a Mordecai, e o nomeou primeiro ministro. Além disso, o rei deu todas as possessões de Hamã para Ester, que nomeou Mordecai seu administrador.

—Contudo, a morte de Hamã não acabou com a ameaça aos judeus. O decreto do rei continuava em vigor e não podia ser mudado. Toda a raça judia, inclusive todos os judeus que tinham voltado para Jerusalém, podiam ser mortos.

Então Ester foi de novo perante o rei e, jogando-se aos seus pés, suplicou em prantos que ele eliminasse a maquinação de Hamã, o agagita contra os judeus.

Uma vez que a rainha e o seu primeiro ministro eram judeus, o rei Assuero estava numa situação difícil. Viu imediatamente que tinha que fazer algo, mas não tinha certeza o quê. Ele disse para Ester que poderia escrever o seu próprio decreto, selá-lo com o seu anel e enviá-lo para todas as províncias, desde que o decreto original não fosse revogado.

Mordecai e Ester discutiram o problema e encontraram a solução: Mordecai redigiria um documento que garantisse aos judeus o direito de se reunirem e lutarem contra e destruírem qualquer força ou província que se levantasse para atacar qualquer um do seu povo.

Quando o decreto foi terminado, Mordecai selou cada cópia com o selo do anel do rei e os correios foram enviados para todas as províncias, desde a Índia à Etiópia. Em todas as terras onde chegava o decreto havia alegria e festa entre os judeus.

Quando o dia treze de março chegou, os judeus não só se defenderam, mas também derrotaram corajosamente setenta mil inimigos deles por todo o Império Persa.

Ver “Heróis da Bíblia: Rainha Ester” para mais sobre esta fascinante personagem da Bíblia.

Referências:

¹ Oitenta anos depois, regressou um segundo grupo com o profeta Esdras, e um terceiro com Neemias para trabalhar na reconstrução de Jerusalém.