Uma dramatização de Deuteronômio 34 e Josué 1 e 2
Ao contemplar as planícies do rio Jordão, Moisés sabia que era chegada a sua hora. Já tinha dado as suas últimas palavras e bênçãos para as doze tribos de Israel e escolhido Josué para liderar os filhos de Israel depois dele. Agora Moisés encontrava-se sozinho no ventoso topo do Monte Nebo, de onde se avistavam as planícies, e onde o Senhor lhe mostrou a terra toda além do Jordão, dizendo:
— Esta é a terra que prometi a Abraão, Isaque e Jacó, dizendo: à tua semente a darei. Permiti que a visses com os teus olhos, porém para lá não passarás.
E Moisés morreu lá em cima, apenas com o Senhor ao seu lado, e partiu para receber a sua recompensa celestial.
Lá embaixo nas planícies, Deus disse a Josué:
— Moisés, Meu servo, está morto. Levanta-te pois, atravessa o Jordão, tu e o teu povo, e passa à Terra da Promessa. — E o Senhor prometeu a Josué dizendo — Todo o lugar que pisar a planta do teu pé Eu lhes darei, como prometi a Moisés.
Quando se espalhou a notícia da morte de Moisés, todo o Israel chorou durante trinta dias. Também foi um tempo de profunda oração não só para o povo, mas principalmente para Josué, que teve que encarar as responsabilidades da liderança. Esses primeiros dias sem Moisés para consultar e poder obter força e soluções para suas perguntas, foram, mais do que nunca, dias de aprendizado. Josué teve que depender total e inteiramente do Senhor para obter a ajuda e a orientação que precisava.
Mas o Senhor estava com ele, e deu promessas maravilhosas ao novo líder dos Israelitas, dizendo:
— Como estive com Moisés assim estarei contigo; não te deixarei nem te desampararei. Sê forte e tem bom ânimo, não te atemorizes, porque Eu o Senhor teu Deus estou contigo, por onde quer que andares.
Que força foi para ele saber que não estava sozinho!
Antes de atravessar para Jericó, que ficava do outro lado do rio Jordão, em Canaã, Josué escolheu sabiamente dois homens das suas fileiras em quem ele mais confiava para irem espiar as defesas da cidade de Jericó, cercada por muralhas. Qualquer informação que pudessem conseguir poderia ser de vital importância para o plano da primeira conquista de Canaã.
No dia seguinte, os dois observadores vestiram roupas semelhantes às que os cidadãos de Jericó usavam, entraram pelos imensos portões da cidade e encontraram uma casa situada nas muralhas da cidade onde se hospedaram durante a noite. A dona da casa era uma mulher prostituta chamada Raabe.
Os dois observadores conversaram com Raabe. Contudo, sua conversa foi interrompida subitamente pelo som de passos. Alguém tinha informado o rei que dois espiões israelitas haviam entrado pelos portões da cidade. Por isso o rei enviou mensageiros para entregarem uma ordem a Raabe para que os homens se apresentassem a ele.
— Sigam-me! Depressa! — sussurrou Raabe, conduzindo-os ao telhado, onde os escondeu debaixo de montes de feixes de linho.
Então, Raabe se recompôs e foi atender quem estava batendo à sua porta. Com um sorriso no rosto, ela abriu a porta:
— Sim, do que se trata? Em que posso ajudar os senhores? — perguntou Raabe.
— Traz os dois homens que vieram a ti — ordenaram os mensageiros do rei — porque eles são israelitas que vieram para espiar a nossa cidade.
— Havia dois homens aqui até há pouco, senhor — disse Raabe — mas eu não sabia de onde eram. Eles foram embora ao escurecer, quando já era hora de fechar os portões da cidade. Mas se forem atrás deles agora, pode ser que os alcancem!
Sem perderem um minuto, os homens do rei saíram correndo da cidade, pela estrada que levava ao rio Jordão na tentativa de alcançá-los.
Quando os soldados se foram, Raabe deu um suspiro de alívio, mas ainda tremendo, ela foi falar com os dois homens:
— Bem sei que Deus lhes deu esta terra, e que todos os moradores dela estão com medo de vocês. Porque ouvimos contar que Deus fez um caminho para vocês atravessarem o Mar Vermelho quando saíram do Egito, e as suas façanhas do outro lado do Jordão. Não é de admirar que estejamos com medo de vocês. Ninguém mais tem ânimo para lutar depois de ouvir coisas assim, porque o seu Deus é o Deus supremo dos céus, não é qualquer deus!
— Agora pois — implorou ela — por favor, jurai-me pelo seu Deus, que mostrarão benevolência à minha família por eu ter mostrado benevolência a vocês.
— Se você não nos trair nós vamos providenciar para que você e a sua família não sejam prejudicados. Defenderemos vocês com nossas vidas.
Como a casa de Raabe era no muro da cidade, ao escurecer ela os levou a uma janela e os deixou descer por uma corda escarlata que tinha amarrado à janela.
— Fujam para os montes — sussurrou ela — escondam-se lá por três dias até que os homens que os buscavam tenham voltado; depois sigam o seu caminho.
Os homens lhe agradeceram e avisaram-na do seguinte antes de irem:
— Você deve deixar esta corda escarlata amarrada na sua janela. E a menos que você e a sua família fiquem dentro da casa nós não seremos responsáveis pelo que pode lhes acontecer.
Raabe puxou a corda para cima, mas deixou-a amarrada à janela para que sua residência fosse identificada pelos que estavam fora da muralha.
Finalmente os dois espiões conseguiram atravessar o Jordão a salvo, e com alegria contaram a Josué tudo que tinha acontecido.
— Certamente o Senhor deu toda esta terra nas nossas mãos — disseram. — Todos os moradores estão aterrorizados por causa de nós.
Que notícia mais encorajadora que Josué recebeu dos seus dois homens fiéis, que desafiaram os perigos de Jericó no perigoso encontro que tiveram com os inimigos. Agora Josué sabia que tinha chegado a hora de avançar: primeiro para atravessar o Jordão, e depois para Jericó!
Ver “Heróis da Bíblia: Josué” para mais sobre este fascinante personagem da Bíblia.
Adaptado do Good Thots © 1987. Design de Roy Evans.Uma produção My Wonder Studio. Copyright © 2022 por A Família Internacional.