Clara encostou-se à grade no hall do segundo andar de um grande shopping, observando as pessoas que passavam lá embaixo.
Ela estava a caminho do cinema com os primos. Estavam adiantados para a sessão, então decidiram olhar algumas vitrines das lojas ao lado enquanto esperavam.
— Clara, venha ver isto! — Exclamou, Mateus. — Seria legal montar esse modelo de nave espacial!
Ela não estava muito interessada, então sorriu para ele e foi ver o que a prima Karla estava fazendo.
Foi quando o tio Joel voltou com os ingressos.
— Está na hora de irmos para o cinema.
Ao se virar para seguir, Clara viu pelo o canto do olho Karla pegar um colar fininho, que estava olhando, e o colocou disfarçadamente em sua bolsa, certa de que ninguém estava vendo.
Clara ficou paralisada por um momento, sem saber se deveria avisar Karla que viu o que acabara de acontecer.
— Vamos, Clara — disse o tio Joel. — Precisamos ir andando.
Clara alcançou os outros que se dirigiam ao cinema, mas a alegria e a emoção do passeio haviam se desvanecido.
Eu deveria ter avisado a Karla que a vi pegando o colar, pensou Clara enquanto subia a escada rolante para o cinema.
Ela nem conseguiu curtir o filme. Estava distraída pensando se deveria ou não contar a Karla. Eu quero continuar sendo amiga dela, mas se eu disser que sei o que ela fez, ela pode ficar zangada comigo.
Quando estavam voltando para casa, Clara ficou em silêncio. Jesus, mostre-me o que devo fazer. Karla e eu sempre fomos boas amigas. Sei que o que ela fez foi errado, mas agora é tarde demais e não posso fazer nada.
Clara ouviu a voz de Jesus em seu coração. Se você tivesse falado humildemente com Karla na hora que ela pegou o colar, teria sido humilhante para ela ficar sabendo que você viu, mas ela teria colocado o colar de volta no lugar naquele momento. Agora ela não tem certeza do que fazer.
Todavia você ainda pode ajudá-la. Pode parecer difícil denunciar uma amiga, e alguém da família. Você está preocupada que Karla fique encrencada e desencorajada por terem descoberto que ela roubou, e depois fique com raiva de você.
Mas se você realmente ama Karla, vai querer o melhor para ela. Conte para a tia Marta o que você viu, ore pela Karla, e quanto ao resultado confie em Mim.
Apesar de ser difícil para Clara só pensar em falar com a tia Marta, ela se sentiu melhor e mais em paz sabendo que se obedecesse ao que Jesus a estava encorajando a fazer, Ele cuidaria do resto.
Quando chegaram em casa, Clara encontrou a tia na cozinha, e contou-lhe em particular o que acontecera no shopping.
— Obrigada por me contar, Clara, — disse a tia Marta.
— Mas gostaria de ter dito para Karla na hora que a viu pegando o colar —- explicou Clara.
— Sim, — respondeu a tia Marta. — Mesmo que a Karla se sentisse humilhada e ofendida, provavelmente depois ficaria agradecida, já que poderia ter colocado o colar de volta na hora. Vou falar com ela hoje à noite. Provavelmente está se sentindo muito mal e ficará aliviada por isso ter vindo à tona.
— É hora de levar você de volta para casa — disse o tio Joel, entrando na cozinha. — Acabei de ligar para os seus pais, e disse que estávamos a caminho.
Na manhã seguinte, Karla ligou para Clara.
— Obrigada por ter contado para a minha mãe. Eu estava me sentindo super mal por ter pegado aquele colar, mas tinha receio de pedir ajuda. Você poderia ir com a mamãe e eu hoje até o shopping para eu devolver o colar? Preciso do apoio da minha prima e amiga.
— Claro, — respondeu Clara.
Obrigada Jesus, por resolver esta situação! Agradeceu silenciosamente Clara. E obrigada por me dar a força para fazer o que é certo. Amo Você, Jesus!
“Leais são as feridas feitas por um amigo” (Provérbios 27:6 ACF).
“Um amigo ama em todos os momentos, ele é um irmão em tempos difíceis” (Provérbios 17:17 VFL).
Autor desconhecido. Ilustrado por Jeremy. Design de Roy Evans.Publicado pelo My Wonder Studio. Copyright © 2022 por A Família Internacional