Narrador: Na Índia, conta-se a fábula de seis homens cegos que foram levados até um elefante e lhes foi pedido que descrevessem o animal.
Cego 1: Como podemos saber? Nunca vimos um elefante. Por quê? Porque somos cegos.
Cego 2: Meus amigos, talvez se apalparmos o elefante, tenhamos uma ideia de como ele é.
Cego: Ahhh! Sim. Boa ideia. Muito boa ideia.
Narrador: O primeiro cego se aproximou do elefante e por acaso tocou na sua lateral grande e lisa, e exclamou surpreso:
Cego 1: Nossa, minha nossa! Pelo que consigo perceber, o elefante é como uma parede, amplo e firme, exatamente como uma parede.
Narrador: O segundo cego se aproximou e ao estender os braços agarrou uma das presas brancas e afiadas.
Cego 2: O que será isso tão liso, tão redondo e afiado? Está muito claro para mim, o elefante é como uma lança.
Narrador: Ao agarrar a tromba oscilante, o terceiro exclamou:
Cego 3: Aha! É o que tentei lhes dizer. O elefante é como uma cobra, ondulante e comprida. Oh minha nossa, oooh....
Narrador: O quarto cego, o mais baixinho de todos, esticou os braços e, agarrando uma das pernas, exclamou:
Cego 4: É tão firme, alto e redondo. Não há dúvida, o elefante é como uma árvore.
Narrador: O quinto cego tocou a orelha e riu alto.
Cego 5: Até mesmo o homem mais cego não pode negar que o elefante é como um leque.
Cego 6: Ah não, não, não! Estão todos enganados.
Narrador: Anunciou o último, enquanto puxava o rabo do elefante.
Cego 6: Eu deduzo que o elefante é como uma corda.
Cego 2: Como pode uma corda ser igual a uma lança? Você está errado, tenho um corte no meu dedo que prova isso.
Cego 3: Não, não, não, não, não! Eu entendo como você pode ter imaginado que fosse uma corda. Mas, meu amigo, não é. Certamente não é. É mais parecido com uma cobra do que com uma corda. É o que estou lhes dizendo.
Cego 1: Que é isso que estão me dizendo?
Cego 3: É o que estou lhes dizendo.
Cego 1: Mais parecido com uma cobra do que com uma corda?
Cego 3: É mais parecido com uma cobra do que com uma corda.
Cego 1: É amplo, largo e firme. Estou lhes dizendo, é uma parede.
Cego 3: Veja bem… É mais parecido com uma cobra.
Cego 1: É como estou lhe dizendo.
Cego 3: É como eu estou lhe dizendo.
Cego 1: É uma parede. É o que digo.
Cego 6: Oh não, não, não, não!
Narrador: E assim começou uma grande discussão, visto que cada um tentava provar que estava certo.
Cego 3: Não, não, não, não, não, não!
Narrador: Finalmente o condutor do elefante pediu para fazerem silêncio.
Condutor do elefante: Meus amigos, meus amigos, por favor! Todos estão errados e todos estão certos. O elefante é como todas estas coisas juntas: uma parede, uma lança, uma árvore, uma cobra, um leque e uma corda. Mas não é como cada uma dessas coisas isoladamente.
Cego: Aaaaah!
Condutor de elefante: Todas essas partes juntas fazem um elefante.
Cegos: Aaaaah.
Condutor de elefante: E agora, meus estimados amigos, para completar esta experiência, eu os levarei para dar uma volta no meu elefante.
Cegos: Boa ideia. Que divertido passear em cima de um elefante.
Narrador: A moral da nossa história, portanto, é: Não afirme que está certo e a outra pessoa errada só porque algo parece ser de certo jeito para você. Você pode não estar enxergando o quadro geral. Talvez a outra pessoa esteja vendo de outro ângulo. Então, é sempre importante lembrar-se de ser tolerante com a opinião dos outros.
Autor desconhecido, baseado numa fábula indiana. Ilustrado por Zeb. Design de Roy Evans.Publicado pelo My Wonder Studio. Copyright © 2010 NMG Records. Usado com permissão.