Em um ramo pendurada
Sobre um riacho reluzente,
Uma lagarta se arrastava
Avançando oh tão lentamente.
Ergueu o pescoço peludo
E teve que se maravilhar,
Ao ver livre de qualquer cuidado
Um lindo pássaro a voar.
“Oh, quem dera pudesse voar
Lá no alto com agilidade
Voaria igual pássaro por todo o lado
Sem qualquer dificuldade.
Mas, ai, eu sou forçada,
A rastejar para me locomover,
Entre os risos e o escárnio
Dos que param para dizer:
‘Olha ali, uma lagarta peluda,
Rastejando pelo chão,
Ainda bem que não sou como ela.
Que criatura desprezível, irmão.’”
Então com sua sorte desencorajada,
Ela parou para reclamar.
Mas de repente lá de dentro,
Fios de seda começaram a brotar.
“Oh não”, murmurou, “o que é isso agora?
Mais dificuldades para eu enfrentar?
Esta camada pegajosa está me cobrindo.
Não consigo ir para nenhum lugar!”
E foi assim que contra sua vontade,
Para si mesma ela teceu um casulo;
E foi dormir nesse cômodo,
Apertado e no escuro.
O riacho suspirou e pensou:
“Lagarta peluda, não desesperes
Pois eu sei o que você vai virar,
Já vi esse ciclo muitas vezes.
Agora, olhe para mim e veja,
O que é verdadeira tristeza,
Porque não tem crianças brincando em mim,
Minha água é muito rasa.”
Foi então que da sua margem
Um certo castor pulou.
Com galhos recém cortados na boca
No leito do riacho depositou.
O riacho então encheu. “O que é este lixo?”
Que meu fluxo está a bloquear.
Vou levar tudo embora,
Pois preciso limpo continuar.”
Mas logo os castores trouxeram mais galhos
E os entrelaçaram firmemente
Galhos atrás de galhos;
Foi uma corrida diferente.
O riacho usou toda sua força
Para os galhos empurrar,
Mas os castores não desistiam,
E os galhos tiveram que ali ficar;
E por fim, bem ali em cima,
O castor colocou gentilmente
O galho que tinha em suas folhas
O casulo da lagarta dormente.
O riacho não parava de reclamar,
“Meu fluxo foi interrompido,
E estou ficando muito cheio e gordo,
Parece que estou entupido!”
Lá de cima o sol sorriu
Para a barragem de madeira,
E esquentou a lagarta adormecida
Envolta em fios de seda.
Passado dias, ela acordou finalmente.
E um pontinho de luz ela viu.
Esforçando-se com todas as forças
Passar pelo buraquinho conseguiu.
Oh, mas que dor para sair,
O buraco era muito pequeno
Mas lá fora percebeu algo
Maravilhosamente novo!
Pois bem ali de cada lado,
Duas belas formas haviam crescido,
Algo que nunca tinha visto antes,
No escuro havia ocorrido.
“O que são estas coisas?” perguntou-se,
Na brisa a balançar,
E em direção ao topo das árvores,
De repente começou a voar.
As criaturinhas admiravam suas asas.
Cada uma com várias cores brilhava.
“Estou voando”, gritou de alegria,
Enquanto ao seu redor maravilhada olhava.
E lá em baixo, o riacho,
Agora uma piscina transbordante
Na qual as crianças riam e brincavam,
Disse “Eu também aprendi algo diferente.
Que as dificuldades e problemas,
Dos quais às vezes você reclama,
Podem ser uma forma de Deus lhe dar
Uma vida verdadeiramente abençoada.”
Autor desconhecido. Ilustrado por Leila. Colorido e design por Roy Evans.Publicado pelo My Wonder Studio. Copyright © 2021 por A Família Internacional.