Era inverno. O gelo se prendia aos galhos desnudos das árvores, e ali víamos Márico, um lindo e felpudo esquilinho cinza que vivia com sua família numa toca aconchegante bem no centro do tronco de um carvalho.
Quando o sol raiou no horizonte, Márcio pulou da cama o mais rápido que pode. Correu até sua mãe, lhe deu um grande abraço de esquilo (o que significa que ele não a abraçou só com as perninhas, mas com o rabinho macio também) e se sentou para um delicioso café da manhã. Era um dia especial para Márcio: o primeiro das férias de Natal.
Assim que terminou de comer, estava pronto para sair correndo pelos galhos quando ouviu sua mãe chamando.
— Calma, Márcio — disse a mãe — Você não está esquecendo algo?
— Mas, mãe, já estou de férias!
— Não importa, filho. Ainda assim precisa escovar os dentes, arrumar a cama e fazer suas tarefas.
— Está bem, mamãe! — disse Márcio. Ele sabia que devia obedecer, mas por dentro não estava muito feliz em ter que fazer aquelas coisas quando tinha toda a diversão e brincadeiras de Natal à sua espera.
Márcio terminou as tarefas o mais rápido possível e foi logo para a árvore mais próxima, pulando e saltando de galho em galho. Ele estava indo encontrar sua grande amiga, Belinda. Belinda era uma coelhinha bonitinha e branquinha que vivia numa toca com sua família.
— Belinda! — chamou Márcio — Venha brincar comigo!
E apareceu a Belinda, só que mau humorada.
— Você vai ter que esperar um pouco. Ainda tenho umas tarefas para fazer... durante as férias!
Márcio ficou esperando do lado de fora da toca. Quando ela acabou os dois foram correndo brincar.
Márcio conseguia subir e pular nos galhos das árvores, mas Belinda saltava com tamanha velocidade que ele tinha dificuldade em acompanhá-la.
O dia foi passando, cjhegou a tarde, e os dois amigos foram parar na árvore do Seu Oscar. O Seu Oscar era uma coruja sábia, já de idade. Ele tinha muitos anos de vida e sempre tinha uma história interessante para contar. Ele adorava os animais pequenos e ficou feliz em ver Márcio e Belinda.
— O que andam fazendo? — perguntou.
— As férias de inverno começaram e estamos nos divertindo muito! — exclamou Belinda. — Só que as nossas mães ainda nos pedem para fazer as nossas tarefas de casa.
— Ah, Natal! Soa tão maravilhoso! Eu me lembro quando era jovem e também não queria fazer as tarefas domésticas nas férias. Mas um certo inverno, meu irmão e eu aprendemos da maneira difícil por que é importante fazer o que a mamãe nos pede. Gostariam de ouvir a história?
— Claro que sim! — disseram Márcio e Belinda. Eles gostavam demais das histórias do Seu Oscar.
A velha coruja desceu voando e pousou numa rocha ali ao lado. Márcio e Belinda se sentaram no chão, ansiosos por ouvir a história do Seu Oscar.
— Quando eu era uma corujinha... — começou Seu Oscar. — Minha mãe precisou fazer uma viagem. Ela ficaria alguns dias fora. Meu irmão Edgar e eu já éramos grandes o suficiente para cuidarmos de nós mesmos e sabíamos voar bem, então ela deixou algumas instruções de coisas que precisávamos fazer cada dia na sua ausência. Ela nos disse para nos certificarmos de dormirmos durante o dia, pois precisávamos de forças para caçar à noite. Também nos pediu para mantermos o ninho limpo e arrumado.
— É mesmo? O senhor tinha que fazer essas coisas, mesmo sendo as férias de inverno? — perguntou Belinda.
— Tinha. Era o que nossa mãe nos pedia para fazer. Mas assim que ela saiu... Edgar e eu tínhamos outros planos.
— A mamãe saiu — disse Edgar — é a nossa chance de fazer o que bem entendermos até ela voltar.
— Podemos brincar o dia inteiro! — exclamei. — Não precisamos descansar durante o dia nem fazer as tarefas de casa.
— Parecia um bom plano. Então começamos o dia brincando de esconde-esconde entre as árvores. Brincamos o dia inteiro. Estávamos nos divertindo muito. Quando a noite caiu, a fome apertou, então saímos para procurar comida como nossa mãe nos ensinou. Mas estávamos tão cansados de brincar o dia inteiro que não conseguimos caçar nada.
Finalmente voltamos ao ninho para dormir, só que estava uma bagunça tão grande que não conseguimos dormir. Estava extremamente desconfortável!
Nós rolamos a noite toda, e quando amanheceu, estávamos muito cansados. Também estávamos famintos, mas como não podíamos caçar durante o dia, tínhamos que esperar até a noite.
Mais uma vez não limpamos nosso ninho e fomos direto brincar. Brincamos novamente sem parar. Naquela noite, mais uma vez estávamos cansados demais para caçar, então tentamos dormir.
Finalmente, depois de rolar e virar na cama, e com a barriga roncando, Edgar e eu percebemos que se tivéssemos obedecido nossa mãe, não teríamos ficado tão cansados e famintos. Se tivéssemos feito o que ela nos pediu o nosso ninho estaria arrumado e confortável para dormirmos.
— Acho que precisamos limpar o ninho — sugeriu Edgar. — Não consigo dormir. Têm um monte de coisas me espetando.
— Concordo — disse eu. — E também deveríamos tirar uma soneca durante o dia, para podermos caçar à noite.
— Edgar e eu passamos algum tempo limpando o ninho e depois caímos num sono gostoso. Foi tão bom dormir com o ninho arrumadinho. Então nos certificamos de descansar durante o dia e, quando chegou a noite, não estávamos cansados demais para caçar. Mais tarde, encontramos algo muito saboroso.
— Quando a mamãe voltou, nós lhe contamos o que tinha acontecido, e ela ficou feliz por termos aprendido nossa lição. Nós lhe dissemos que no futuro nos esforçaríamos para obedecer e fazer o que ela nos pedia.
— Pois é, aprendemos que embora seja bom se divertir e brincar, também há uma boa razão para limparmos e fazermos nossas tarefas. Aprendemos a apreciar nossa mãe e tudo que ela nos ensinou. Depois disso, sempre fizemos o melhor que podíamos para cumprir nossas tarefas e ajudar no ninho com alegria.
Belinda e Márcio olharam um para o outro e depois para o Seu Oscar. Eles iam fazer o melhor que podiam para ajudar em casa com alegria, mesmo sendo férias e Natal.
— Muito obrigado pela história, Seu Oscar — disse Márcio. — Vou me lembrar dela cada vez que não tiver vontade de fazer minhas tarefas.
— De nada — disse Seu Oscar — Feliz Natal e boas férias!
— Para o senhor também — disseram Belinda e Márcio.
E os dois amigos voltaram para suas casas determinados a fazerem o melhor que podiam.
Contribuição de Devon T. Sommers, autor original desconhecido. Ilustrações de Didier Martin. Design de Christia Copeland.Publicado por Meu Estúdio Maravilhoso. Copyright © 2011 A Família Internacional
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