— Tem algo errado, Toninho? — perguntou o Vovô Juca ao ver o neto todo tristonho sentado na cadeira.
— É que o meu melhor amigo, o Davi, está doente — respondeu Toninho. — A mãe dele disse que não posso vê-lo, se não posso ficar doente também.
— Sinto muito — respondeu o vovô. — Mas ela tem razão. Não seria nada legal você ficar doente, certo?
— Não, mas eu queria brincar com o Davi, porque acho que o ajudaria a sentir-se melhor.
— Tenho certeza que ele também quer brincar com você. Mas às vezes é preciso escolher o que é certo, mesmo que não seja o que você prefere — explicou o avô.
— Vovô, o que posso fazer para ajudar o Davi e a se sentir melhor?
— Ótima pergunta e muito boa ideia. Tenho uma história que vai ajudar a responder a essa pergunta. É sobre quando Lulu e Cacá ficaram doentes.
— Estou me sentindo muito mal — disse Lulu, toda encolhidinha em sua cama.
— Eu também — respondeu Cacá.
No dia anterior, quando os dois insetinhos estavam lá fora, foram pegos por uma tempestade repentina. Tentaram se abrigar, mas a chuva era tão forte que não conseguiram se proteger sob as folhas onde procuraram refúgio. Quando Cacá e Lulu chegaram em casa estavam ensopados.
No dia seguinte caíram doentes com um forte resfriado e tosse. E ali estavam deitados sobre duas folhas, ambos sentindo-se muito mal.
Coitadinhos, pensou Faísca, que pairava não muito longe dali e os viu enroladinhos em suas caminhas de folha. Deus, por favor, me mostre o que posso fazer para ajudar Cacá e Lulu a se sentirem melhor.
— O que me animaria se eu estivesse doente? — Faísca se perguntou em voz alta. — Mas é claro! Graças a Deus por esta ideia!
E, sorrindo de orelha a orelha, voou em busca de seus outros amigos.
— Estava pensando como seria legal se fizéssemos algo para alegrar a Lulu e o Cacá e tive uma ideia — disse aos amigos reunidos. — Quem gostaria de me ajudar a animar nossos amiguinhos doentes?
— Eu! — responderam todos em coro.
— Legal! Então, cheguem-se todos e prestem atenção ao plano...
E poucos minutos depois, o pequeno grupo se dispersava, todo empolgado, para fazer os preparativos.
A noite havia caído. A lua brilhava mais do que o normal, e podia-se ver centenas de estrelas brilhando no céu escuro.
Entre um espirro e uma tossida, Lulu e Cacá ouviram uns barulhinhos ali perto.
— Escutou algo? — perguntou Lulu, depois de espirrar de novo.
— Vem do meu lado. Vou ver o que é — respondeu Cacá, saindo de sua folha e dando alguns passos.
— Quem está aí? — chamou.
Mas só encontrou uma folhinha com umas palavras escritas. Ele leu: “Apresentando: Vagalumes em Flor!”
— O que será isso? — perguntou Lulu, feliz por ter algo em que pensar além da sua dor de garganta.
— Parece o nome de um show.
— Provavelmente é algo que vamos perder por causa desta doença.
— Também acho — concordou Lulu tristemente.
Naquele momento Faísca se aproximou e cumprimentou os dois.
— Oi, Lulu e Cacá! Volte logo para a cama, Cacá — disse ela. — Temos uma surpresa para vocês!
— Uma surpresa? — perguntou Lulu curiosa. — Que tipo de surpresa?
— Logo vão saber — disse Faísca, voando e saindo de vista.
— Oba! Que emocionante! —exclamou Cacá, voltando rapidinho para a cama.
Um minuto se passou e começaram a escutar o velho sapão do lago coaxar a sua canção. Um vagalume, cintilando, começou a dançar.
Outros sapos começaram a acompanhar a canção do sapo, e outros vagalumes também entraram na dança, piscando e rodopiando, fazendo a forma de flores no ar, ao som do lindo coro dos sapos.
Cacá e Lulu assistiram à apresentação inteira, não cabendo em si de contentes, apesar de apenas alguns minutos antes ambos se sentirem péssimos.
No final da apresentação, Cacá e Lulu aplaudiram felizes e agradeceram de coração.
— Muito obrigada! — exclamaram ambos.
— Agora nos sentimos bem melhor — disse Cacá.
Caindo de sono, os dois insetinhos se aconchegaram na cama.
— Eu acho que quando melhorarmos deveríamos fazer algo especial pelos nossos amigos — sugeriu Lulu.
— Com certeza — respondeu Cacá bocejando. — Talvez amanhã possamos planejar alguma coisa, já que ainda temos que ficar de cama.
— Boa ideia. Durma bem, Cacá — disse Lulu, virando-se para o lado e fechando os olhos.
— Você também.
— Talvez eu possa fazer um cartão para o Davi, desejando suas melhoras? — perguntou Toninho quando a história terminou.
— Tenho certeza que ele vai se sentir amado e ver que não se esqueceu dele — concordou o avô. — Quando você terminar o cartão, eu lhe acompanharei até a casa dele para entregá-lo.
— Muito obrigado, vovô. Vou fazer o cartão agorinha mesmo.
E lá foi Toninho, todo animado, pegar papel e lápis de cor no quarto.
Moral: Sempre existe maneiras de alegrar os outros e fazê-los felizes. Pergunte a Deus o que você pode fazer para ajudar alguém a sorrir e a se sentir melhor.
Autoria de Katiuscia Giusti. Ilustrado por Agnes Lemaire. Colorido por Doug Calder. Design de Roy Evans.Apresentado no My Wonder Studio. Copyright © 2007 por Aurora Production AG, Suíça. Todos os direitos reservados.