Meu Estúdio Maravilhoso
Histórias do Vovô Juca: Dino e Cia: Elas por Elas
Segunda-feira, Setembro 12, 2022

Era aniversário de Toninho e seus pais lhe deram uma barraca de presente, do tipo que se monta rapidinho. Toninho estava louco para usar a barraca. O vovô Juca sugeriu que ele convidasse os amigos Tuca, Patrícia e Dani para acamparem no quintal. Toninho estava animadíssimo.

Logo os seus amigos chegaram, com mais uma barraca, sacos de dormir, lanternas, lanchinhos e alguns livros. Junto com o Vovô Juca, eles montaram as barracas.

Tuca tinha observado uma lanterna grande que Patrícia levara. Ele achou a lanterna dela bem mais legal que a sua, e queria ver se funcionava bem.

Ele a ligou e desligou algumas vezes, mas como ainda era dia, não dava para ver se a luz da lanterna era forte.

Hum... já sei! pensou Tuca. Dentro do saco de dormir é mais escuro.

Entrou no saco de dormir de Patrícia, e ligou e desligou a lanterna várias vezes.

Patrícia estava brincando lá fora, e quando foi em direção à barraca viu uma luz piscando dentro do seu saco de dormir.

— O que está fazendo dentro do meu saco de dormir? — perguntou zangada, a Tuca. — E quem disse que podia usar a minha lanterna?

— Eu... eu só queria ver se ela funcionava bem — respondeu Tuca.

Com raiva, Patrícia correu para tirar a lanterna dele, e percebeu que a luz estava sumindo; as pilhas tinham acabado!

Patrícia desabou a chorar.

— Agora vou pegar suas pilhas — disse para Tuca. Inclinou-se para pegar a lanterna de Tuca, mas ele foi mais rápido e saiu correndo.

Patrícia foi contar ao vovô Juca o que Tuca tinha feito.

— Sinto muito as pilhas terem acabado, e fico triste por ouvir o que Tuca fez, porque não foi certo — afirmou o vovô. — Mas tem um jeito melhor de resolvermos os problemas sem ficarmos zangados. É importante resolvermos as situações do jeito certo.

— Talvez eu possa contar uma história sobre Susi e Dina, e o que aconteceu com elas quando estavam numa situação parecida. Que tal?

* * *

Dina adorava pintar. O que ela mais gostava de pintar eram flores e borboletas, porque usava lindas cores vibrantes! Dina não pintava só no papel, ela também pintava em grandes folhas, pedaços de cascas de árvores e também em plástico transparente para fazer decorações imitando vitrais.

Seu Nestor tinha pedido aos alunos para levarem para a aula algo que tinham feito. Dina levou algumas de suas pinturas favoritas, Susi levou vários sabonetes coloridos, e Lilico levou uma casinha de palitos de fósforo. Cada aluno teve sua vez de se apresentar e mostrar suas criações artísticas.

Quando Dina estava saindo da escola, viu os sabonetes de Susi. De repente, teve uma ideia. Eu podia pintar um sabonete e decorá-lo para dar à minha mãe!

Quando ninguém estava olhando, e sem pedir para Dina, ela pegou um sabonete.

* * *

— Você roubou o meu sabonete, Dina! — gritou Susi quando a viu pintando e decorando o sabonete.

Dina não percebera que Susi tinha ido visitá-la. Ficou surpresa ao vê-la bem ali do seu lado e tentou esconder o sabonete rapidamente.

— Foi você quem pegou meu sabonete! E agora está fazendo uma bagunça nele.

— Não estou bagunçando nada. Estou decorando.

— Quero que me devolva esse sabonete agora — exigiu Susi.

Dina sacudiu a cabeça negativamente.

— Dei duro para decorar e pintar esse sabonete e vou dá-lo à minha mãe de presente.

Susi ficou muito zangada. Aí viu um saco de conchas que Dina andava colecionando. Quando Dina não estava olhando, Susi pegou o saco e saiu rapidamente.

Vou esconder essas conchas, pensou Susi enquanto voltava correndo para casa, com o saco no bolso.

Quando chegou à sua caverna, Susi foi ao seu quarto procurar um cantinho para esconder as conchas de Dina. De repente, ouviu a voz de sua mãe e colocou logo o saco de conchas debaixo da colcha da cama, mas as conchas faziam volume. Ela então se sentou sobre as conchas justo antes da mãe entrar no quarto.

Mas quando se sentou, percebeu que cometera um grave erro.

CRAC! CRAC!

— Você viu seu irmão? — perguntou a mãe.

Susi sacudiu rapidamente a cabeça.

— Se o vir, diga-lhe que ele precisa terminar o dever de casa.

Quando sua mãe saiu do quarto, Susi abriu o saco cuidadosamente e viu que várias conchas estavam quebradas. Minha nossa, que vou fazer? pensou ela. Dina vai ficar muito brava comigo. Mas depois Susi pensou: Ela pegou o meu sabonete sem pedir, então bem feito para ela que suas conchas quebraram.

Passaram-se algumas horas. Quanto mais Susi pensava nas conchas, pior se sentia. Talvez eu deva falar com Dina, pensou consigo mesma, mas depois decidiu não falar nada.

Naquela noite quando sua mãe veio lhe dar boa-noite, Susi estava muito triste.

— Qual é o problema, querida? — perguntou a mãe.

Susi contou à mãe o que tinha acontecido com as conchas de Dina.

— Não sei o que fazer — disse Susi chorando.

— Sempre vale a pena ser honesto — respondeu sua mãe. — Dina provavelmente vai ficar triste, mas é melhor você contar para ela. Você ficou zangada por Dina ter pego seu sabonete, mas não deveria ter pego as conchas dela, porque agora está numa encrenca.

Susi abraçou a mãe.

— Amanhã vou falar com Dina sobre as conchas.

* * *

— Dina, ontem eu peguei suas conchas do seu quarto quando você não estava olhando — começou Susi. — Estava zangada por você ter pego meu sabonete e queria que você se sentisse mal também.

— Você pegou minhas conchas? — perguntou Dina com raiva, tomando o saco de conchas que Susi lhe entregava.

— Peguei, e sinto muito mesmo por que quebrei algumas sem querer.

Dina abriu o saco de conchas e chorou ao ver que algumas de suas conchas favoritas estavam quebradas.

— Oh, Susi, eram algumas das minhas conchas favoritas — disse ela.

— Sinto muito mesmo — respondeu Susi.

Dina parou um momento para pensar.

— Na verdade eu é que devia pedir desculpas — disse ela. — Eu deveria ter lhe pedido antes de pegar o seu sabonete. Mas em vez disso, só pensei em mim e no que eu queria.

— Está desculpada — disse Susi. — Pode ficar com o sabonete e depois lhe dou outro se você quiser.

— Muito obrigada. Tenho uma ideia do que fazer com essas conchas quebradas. Podemos decorar uma caixinha colando as conchas quebradas do lado de fora dela. Pode ser nossa caixinha da amizade.

As duas amigas se abraçaram e foram, felizes, procurar o que precisavam para fazer sua caixinha da amizade.

* * *

— Peço desculpas por gastar suas pilhas — disse Tuca para Patrícia. — Pode usar minha lanterna se quiser.

— Está desculpado — disse Patrícia. — E sinto muito ter ficado zangada com você.

— Assim está bem melhor — disse o vovô Juca. — Sabe uma coisa, talvez eu tenha umas pilhas que você possa usar, Patrícia.

— É mesmo?

— É. Certifique-se de usar a lanterna só quando precisar dela, assim as pilhas vão durar muito mais.

— Obrigada, vovô, por nos ajudar a resolver essa situação — disse Patrícia.

— E obrigado pela história — acrescentou Tuca.

Moral: Pense em como os outros se sentirão com as coisas que você faz. E tenha consideração pelos outros como gostaria que tivessem por você. Se tentar fazer os outros felizes, você também se sentirá feliz.
Autoria de Katiuscia Giusti. Ilustrado por Agnes Lemaire. Colorido por Doug Calder. Design de Roy Evans.
Apresentado no My Wonder Studio. Copyright © 2008 por Aurora Produções AG, Suíça. Todos os Direitos Reservados.
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Tagged: amizade, perdão, histórias infantis, histórias do vovô juca, dino e cia, gentileza e cordialidade