Meu Estúdio Maravilhoso
Histórias do Vovô Juca: Dino e Cia: Mansão Bons Modos
Segunda-feira, Setembro 26, 2022

Era hora do jantar e, usando o garfo e a colher, Toninho tinha feito uma “montanha” no prato com o purê de batatas. Depois colocou duas ervilhas no topo e contou: um, dois, três e já! E as deixou rolar “montanha” abaixo, para ver qual delas chegaria primeiro.

— Toninho, este é o meu último aviso. — disse sua mãe. — Brincar com a comida é falta de educação!

Já fazia um tempão que Toninho estava à mesa, brincando com a comida. Todo mundo tinha terminado e saído. Tinha comida derramada ao redor de seu prato e ele estava com as mãos sujas e lambuzadas.

Naquele momento entrou o vovô Juca.

— Nossa, Toninho, é quase hora de ir para a cama e você ainda está comendo!

— Está difícil comer essa comida, vovô. — explicou Toninho. — Toma muito tempo.

— Olha, se você fica brincando com a comida demora ainda mais. Se comer com modos e não brincar, não vai levar tanto tempo.

Você já ouviu a história do banquete na Mansão Bons Modos?

— Não — respondeu.

— Seria a história perfeita para este momento. — disse o vovô Juca, pensativo.

— Mas você vai ter que terminar antes de eu contar a história.

Toninho endireitou-se na cadeira, tirou os cotovelos da mesa, pegou uma boa porção de purê de batatas com ervilhas e comeu.

— Excelente! — Exclamou o vovô Juca.

— Mais um pouco e você termina rapidinho. E agora vejamos... “O Banquete na Mansão Bons Modos”!

* * *

Bela não conseguia sentar quieta e comer direito na hora das refeições. Por mais que sua mãe insistisse que ela ficasse quieta e comesse direito, parece que aquilo não entrava na cabeça dela e ela não sossegava na cadeira; colocava os cotovelos na mesa e mastigava com a boca aberta.

Saía da mesa sem pedir licença e quando não gostava da comida, demorava um tempão para comer.

Em quase cada refeição, Bela deixava uma tremenda bagunça por toda a mesa, sujava a roupa e o chão.

Sua mãe sempre lhe mencionava a importância de ter boas maneiras. Bela pedia desculpas, mas na refeição seguinte já tinha esquecido tudo.

Certa noite, antes do jantar, sua mãe anunciou que tinha algo especial para ela, e lhe entregou um envelope. Bela abriu e tirou um convite escrito com uma letra linda:

Querida Lady Bela,
É com imenso prazer que a convidamos para o banquete anual da Mansão Bons Modos. O evento acontecerá em duas semanas a partir da data de hoje, às 16 horas. Esperamos ansiosamente a sua presença. Sinceramente,
Sr. e Sra. Bons Modos.

— Mãe, quem são o Sr. e a Sra. Bons Modos? — perguntou Bela.

— São amigos nossos que você vai conhecer no banquete. É uma ocasião especial e os participantes têm que se comportar otimamente bem à mesa.

— Então eu não devia ir, mamãe. — disse com um suspiro. — Eu não tenho bons modos à mesa.

— Essa é uma grande oportunidade para você aprender! Você tem duas semanas antes do banquete para melhorar os seus modos.

Bela ficou entusiasmada. Mãe e filha fizeram uma lista de hábitos que ela podia melhorar. Ela estava tão ansiosa para se tornar um bom exemplo de cortesia e bons modos à mesa, que fez um esforço extra a cada refeição. Bela logo começou a apreciar mais aqueles momentos. Quando chegou o dia do banquete, ela estava pronta.

— Boa noite, madame. — Cumprimentou-a o mordomo à porta da mansão. É um prazer tê-la conosco esta noite.

— É ótimo estar aqui — respondeu Bela.

Olhando ao seu redor notou que muitos dos seus amigos também estavam lá. Ela viu Dina e Susi no outro lado do salão e estava a ponto de gritar para chamá-las quando lhe ocorreu:

Epa, não é educado falar alto assim! Mamãe disse que não se deve gritar em público.

Bela foi até seus amigos. Cada um contou sobre o convite e como tinha se empenhado em melhorar seus modos. — Você conhece o Sr. e a Sra. Bons Modos? — perguntou Milton.

— Minha mãe disse que são amigos dela — respondeu Bela.

Ninguém parecia saber nada a respeito desse casal, mas todos estavam curiosos para conhecê-los. De repente, ao soar de uma suave campainha, o mordomo anunciou que o jantar seria servido. Eles entraram no salão e viram uma mesa enorme, repleta de comida. Cada lugar à mesa estava decorado com muito esmero e um conjunto diferente de pratos, guardanapo e talheres. Havia um cartão com um nome ao lado de cada prato.

Bela encontrou o cartão com seu nome e estava para se sentar quando notou que o prato, os talheres e o guardanapo no lugar de Dina eram das suas cores favoritas.

— Eu quero sentar no seu lugar! — disse Bela num tom mandão.

— Mas este é o meu lugar — respondeu Dina. — Tem um cartão com o meu nome aqui.

Bela agarrou o cartão de Dina e trocou com o seu.

— Não seja malvada, Bela. Este lugar foi reservado para mim, e aquele é para você.

Mas Bela queria o lugar de Dina. Então, justamente quando Dina ia se sentar ela puxou a cadeira. Bonk! Dina caiu no chão.

— Ai! — gritou. Todos no salão ficaram em silêncio e olharam para Bela.

Ai meu Deus! estão todos olhando para mim. — pensou Bela muito arrependida do que fizera.

— Sinto muito, Dina. — desculpou-se ela. — Estamos aqui porque aprendemos a ser educadas, cordiais e a termos bons modos. E eu não agi com boas maneiras.

—Tudo bem, Bela — disse Dina. — Eu te perdoo.

Naquele momento, o Sr. e a Sra. Bons Modos entraram no salão e ocuparam seu lugar à cabeceira da mesa.

— Sejam bem-vindos, caros amigos. Estamos muito felizes em tê-los conosco. Este é um jantar especial em reconhecimento dos seus esforços em aprimorar seus modos à mesa. — anunciou o Sr. Bons Modos.

— Cortesia, gentileza e bons modos são hábitos importantes de se adquirir. — acrescentou a esposa. — E estamos muito satisfeitos em partilhar da sua companhia esta noite.

O jantar começou a ser servido, e todos comeram educadamente.

— Nós já não conhecemos esse casal? — perguntou Lilico a Bela. — Estou achando o Sr. Bons Modos parecido com o Seu Nestor.

Bela olhou para os anfitriões, e o Sr. Bons Modos, percebendo, piscou para ela. Era realmente o Seu Nestor e sua esposa.

Na manhã seguinte, o Seu Nestor entrou na sala assobiando sua canção favorita.

— Bom dia Sr. Bons Modos! — cumprimentaram as crianças alegremente.

— Aha! Vocês descobriram! — respondeu o Seu Nestor com um sorriso. —Gostaram do jantar ontem à noite?

— Sim, gostamos! — responderam os alunos. — O senhor é mesmo um nobre Seu Nestor? — perguntou Bela.

— Olha, não exatamente. — disse ele. — Mas como eu sabia que cada um de vocês tem se empenhado bastante em ter bons modos, quis fazer algo especial. Então, com a ajuda dos seus pais, minha esposa e eu planejamos o jantar da noite passada.

— Foi uma ideia maravilhosa, Seu Nestor! — exclamou Dina. — Muito obrigada!

* * *

— Que divertido! — disse Toninho ao final da história. — Vovô, o senhor acha que a gente pode fazer um jantar como o da Mansão Bons Modos, e convidar os meus amigos?

—Ótima ideia! — disse o vovô Juca.

Moral: As pessoas ficam felizes quando veem que você tem bons modos. É uma demonstração de amor e respeito.
Autoria de Katiuscia Giusti. Ilustrado por Agnes Lemaire. Colorido por Doug Calder. Design de Roy Evans.
Apresentado no My Wonder Studio. Copyright © 2008 por Aurora Produções AG, Suiça. Todos os direitos reservados.
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