—Esse fez muito barulho e brilhou muito! — gritou Clarinha. — O que está acontecendo?

—A tempestade está se aproximando — explicou a mamãe Galinha. — É melhor irmos para dentro e esperarmos ela passar.

Justo quando iam entrar no galinheiro um raio rasgou o céu ao mesmo tempo que o trovão ribombou.

—Oh não! O raio caiu na casa do fazendeiro! — relinchou Filomena, a égua.

—O que acontece quando o raio cai em algo? — perguntou Clarinha.

—Pode dar início a um incêndio — disse a mamãe Galinha. — Espero que o fazendeiro e sua família estejam bem.

Foi então que viram labaredas de fogo nos fundos da casa da fazenda, que era de madeira.

—A casa … está em chamas! — mugiu a vaca. — O que podemos fazer?

—Nós mesmos não podemos apagar o fogo — disse o porco.

—Mas precisamos ajudar o fazendeiro Zeca — acrescentou Filomena.

—Já sei! — disse o papai Galo! — Podemos pedir ajuda! Vamos fazer o máximo de barulho possível e talvez os vizinhos nos ouçam e venham ajudar a apagar o fogo!!

—Boa ideia — concordaram os animais.

E todos começaram a gritar bem alto, ao mesmo tempo:

O porco grunhia,

A égua relinchava,

A vaca mugia,

E o cachorro latia!

Trovão, o cavalo da fazenda, com um coice conseguiu abrir a porta do estábulo. Relinchando e dando coices com toda a força, ele começou a correr pela fazenda e a fazer um grande estardalhaço.

O vizinho, Seu Silveira, estava sentado na cozinha com a esposa, quando todo aquele barulho fora do comum chamou sua atenção. Ao olhar pela janela, viu o cavalo do vizinho correndo desenfreado, relinchando e dando coices.

—O que será toda essa algazarra? — perguntou-se. E foi então que ele viu a fumaça subindo.

—Rápido Sheila! — disse ele para a esposa. — Ligue para os bombeiros. Pede para os carros de bombeiros virem imediatamente. A família do Zeca está em perigo.

Ele pegou seu caminhão e dirigiu-se à fazenda da família do seu Zeca, o mais rápido que podia.

Alguns minutos depois, já se ouviam as sirenes. Dois carros de bombeiros chegaram no local e começaram rapidamente a apagar o incêndio. O fazendeiro, o seu Zeca, e a família estavam presos no andar de cima.

Os bombeiros ajudaram-nos a sair por uma janela e descer por uma escada bem comprida em segurança. A casa havia sido danificada, mas suas vidas e o resto da fazenda foi salvo.

—Como posso lhes agradecer? — disse o fazendeiro Zeca para o seu Silveira e sua esposa.

—Sabe, Zeca, foram os seus animais que salvaram vocês — respondeu ele, afagando a crina dourada de Trovão. — Se eles não tivessem aprontado a maior barulheira eu não teria notado o incêndio tão rapidamente.

—Heíiii — relinchou Trovão, enquanto o fazendeiro Zeca ria e fazia carinho em seu focinho.

—É, ainda tenho uma fazenda e alguns animais maravilhosos dos quais muito me orgulho.

Os animais da fazenda estavam muito felizes por terem participado do resgate do dono, de sua família, e da fazenda. Clarinha espreitou por debaixo da asa da mãe para ver se estava tudo bem. Até o mal-humorado Rex balançava o rabo alegremente.

—Logo no início achei que não podíamos fazer muito para ajudar o fazendeiro — disse Clarinha. — Estou feliz de termos encontrado uma maneira de ajudá-lo e à sua família.

—Eu também! — respondeu a mamãe Galinha. —Quando trabalhamos em equipe, podemos fazer a diferença e ajudar alguém que está precisando!